terça-feira, 12 de agosto de 2008

NÃO JULGUES OS OUTROS Lc 6,39-42

Padre Bantu Mendonça K. Sayla
12/09/2008

Estamos diante de mais uma parábola. Que se refere aos que espiritualmente não vêem nada. Dos que se encontram doente por causa do pecado, mas que se julgam sãos e em condições de julgar, orientar e guiar os outros que acham estar também doentes. E para isso, Jesus chama-nos atenção a que não sejamos destes. Um cego não pode guiar outro cego. Se fizer isso, os dois cairão num buraco. Para que possamos sair da condição de cegueira e sermos guias dos outros precisamos em primeiro lugar, nascer de novo, nos expor à Palavra de Deus dia-a-dia, pois é ela que nos limpa e nos abre os olhos acerca dos nossos próprios erros. Também é importante que tenhamos pessoas maduras e verdadeiramente espirituais ao nosso lado, que nos ajudem a ver o que ainda não conseguimos, devido à nossa imaturidade. Veja o que diz o Mestre: Nenhum discípulo é mais importante do que o seu mestre. Porém, quando tiver terminado o discipulado, este será igual ao seu mestre. Se for verdade que o meu e o teu Mestre é Jesus, então não temos outro caminho a tomar nem outro fim senão ser igual a Ele. Tens de passar pelo processo de Deus na tua vida, nascendo de novo, batizando-te nas águas e crescendo a cada dia através do ensino da Palavra de Deus e do discipulado. Tens de buscar um coração humilde, sempre disposto a aprender e a corrigir teus próprios erros.

Querer conduzir aos outros sem conhecer a pessoa de Cristo que é o caminho, a verdade e a vida não se chega ao lado nenhum. Será uma tragédia a traz de tragédia. As conseqüências dessa situação serão desastrosas também para o que está sendo guiado. Além de não chegar ao destino desejado, não conseguirá solucionar os problemas do dia-a-dia para os quais os princípios da Palavra de Deus apresentam resposta e direcionamento. E como se não bastasse, ambos poderão sofrer prejuízos espirituais, emocionais, físicos, materiais, familiares para não falar da própria morte.

Portanto, alinhe a tua vida aos princípios da Palavra de Deus, colocando à prova os teus próprios caminhos para ver se eles se mantêm na Verdade.

Assim como os fariseus e as autoridades religiosas da época julgavam as pessoas em geral por seus pecados, estando eles próprios carregados de orgulho e avareza, e totalmente desprovidos de amor e compaixão, hoje o caso se repete quando tu e eu, sem conhecer, nem mais nem menos nos colocamos julgando os outros e deixamos os nossos pecados de lado. E então, Jesus não querendo dizer que o povo não tinha pecados a serem confessados, mas, sim, afirmar que a religião fria e às vezes até cruel daqueles homens, para Deus, se constituía numa falta mais grave do que o argueiro nos olhos do povo, volta para mim e para ti e nos censura: Hipócrita! Tire primeiro a trave que está no seu olho e então poderá ver bem para tirar o cisco que está no olho do seu irmão. Não julgues nem condenes as pessoas que se encontram em possíveis situações de erro. Guarde o teu coração da crítica ou de palavras de acusação contra o teu semelhante.

Trata primeiro do teu próprio pecado e de suas próprias debilidades, para depois, com compaixão, poder ver de fato e lidar com as dos outros. Muitas vezes por falta de misericórdia, por nossos corações sempre estarem cheios de julgamento e condenação e por outro lado por nunca sabermos lidar com os próprios erros e nunca chorar pela nossa indiferença, até nos virmos necessitados do favor e da misericórdia divina. Somos cruéis para com os outros porque nos julgamos sem pecado e acima de qualquer suspeita.

Saiba primeiro lidar sincera e honestamente com a tua fraqueza e os teus próprios pecados antes de estar na condição de ajudar a outras pessoas. Sem este atitude interior, corremos o risco de nos endurecermos em nossos erros, a ponto de não vê-los mais, além de nos tornarmos insensíveis em relação às fraquezas do próximo. Lembre-se que os fracos julgam e condenam enquanto os fortes, porém, compreendem e perdoam.

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