sexta-feira, 24 de julho de 2009

Bento XVI deixa o hospital após passar por cirurgia no pulso

Cidade do Vaticano, 17 jul (EFE).- O papa Bento XVI, de 82 anos, teve que fazer uma cirurgia nesta sexta-feira após fraturar o pulso direito, devido a um escorregão em seu quarto da residência em Les Combes, na região alpina italiana de Vale de Aosta, onde o pontífice passa alguns dias de descanso.

Segundo o porta-voz vaticano, Federico Lombardi, a queda aconteceu durante a madrugada e foi - garantiram depois os médicos que atenderam o papa - um simples acidente doméstico, e não causado por desmaio ou outro motivo.

O Vaticano não confirmou o lugar exato da queda, mas, segundo alguns meios de comunicação locais, aconteceu no banheiro do quarto.

O papa conseguiu celebrar a primeira missa da manhã e tomar café-da-manhã, mas, diante da persistência da dor, foi levado ao Hospital Umberto Parini, em Aosta, capital da região, onde tirou uma radiografia do pulso que revelou a fratura, disse Lombardi.

O papa entrou no centro médico caminhando, de bom humor e brincou com os doutores sobre a queda. Bento XVI teria tido que esperar sua vez na radiologia e na sala de cirurgia, já que estavam ocupados naquele momento.

O médico particular do pontífice, Patrizio Polisca, que está no cargo há quase um mês, informou que Bento XVI teve que fazer uma cirurgia de redução e osteossíntese, com anestesia local.

A operação foi realizada por Manuel Mancini, chefe de traumatologia do hospital. Após concluído o procedimento, o especialista disse que a cirurgia permitiu um "perfeito alinhamento e uma recuperação de 100%".

"Foi uma operação de rotina, ligação a 'céu aberto', que não necessitou de nenhum corte, mas a simples aplicação, através de orifícios, de alguns fios de metal, para manter o pulso em posição, com os quais se reduziu a fratura", disse Mancini.

O médico disse também que o pulso direito do papa foi imobilizado com um apoio de fibra de vidro - com as mesmas funções que teria o gesso - que ele terá que usar durante um mês. Após retirar a imobilização, e após a reabilitação, o papa poderá usar perfeitamente a mão direita, tocar piano - um de seus hobbies preferidos - ou escrever cartas.

Após seis horas no hospital, poucos minutos antes das 16h local (11h de Brasília), Bento XVI recebeu alta e deixou o centro médico, sorridente e cumprimentando com a mão esquerda as várias pessoas que o esperavam.

A queda do papa tinha causado inicialmente a preocupação de vários fiéis católicos, sacerdotes e bispos, muitos dos quais iniciaram orações para pedir o rápido restabelecimento do pontífice.

O papa, que permanecerá em Les Combes até 29 de julho, quando irá a Castelgandolfo, ao sul de Roma, pretende manter sua agenda.

No próximo domingo, Bento XVI rezará o Ângelus na praça Ruggia, na localidade próxima de Romano Canavese, enquanto, no domingo do dia 26, a oração será na esplanada em frente ao chalé alpino.

Esta é a segunda vez em 17 anos que o papa sofre uma queda. Em agosto de 1992, o então cardeal Joseph Ratzinger, prefeito da Congregação para a Doutrina da Fé, escorregou no banheiro da residência da localidade alpina italiana de Bressanone, onde estava hospedado.

Naquela ocasião, ele bateu a cabeça e teve que levar pontos no local, além de ter permanecido por vários dias hospitalizado.

Desde que foi escolhido papa, houve especulações sobre o estado de saúde de Bento XVI, já que, em setembro de 1991, ele sofreu uma hemorragia cerebral que o levou a ficar hospitalizado durante dez dias na clínica Pio XI, em Roma, da qual se recuperou satisfatoriamente.

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