terça-feira, 3 de junho de 2008

Evangelho do dia

Ilmos leitores do Grupo de Oração Sagrada Face ,

Salve Maria!


terça-feira, 3 de junho de 2008

Santo do Dia

IX SEMANA DO TEMPO COMUM
São Carlos Lwanga e companheiros mortos (+1885-1887), Memória.
Ofício da memória.
Missa própria da memória: Prefácio Comum ou dos Mártires.
A Igreja celebra também, hoje: Beato João XXIII (+1963)


2ª Carta de S. Pedro 3,12-15.17-18

Leitura da Segunda Carta de São Pedro:

Caríssimos, 12esperais com anseio a vinda do Dia de Deus, quando os céus em chama se vão derreter, e os elementos, consumidos pelo fogo, se fundirão? 13O que nós esperamos, de acordo com a sua promessa, são novos céus e uma nova terra, onde habitará a justiça. 14Caríssimos, vivendo nesta esperança, esforçai-vos para que ele vos encontre sem mancha e em paz. 15aConsiderai também como salvação a longanimidade de nosso Senhor. 17Vós, portanto, bem-amados, sabendo disto com antecedência, precavei-vos, para não suceder que, levados pelo engano desses ímpios, percais a própria firmeza. 18Antes procurai crescer na graça e no conhecimento de nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo. A ele seja dada a glória, desde agora, até o dia da eternidade. Amém.

- Palavra do Senhor.
- Graças a Deus.

Livro de Salmos 90,2.3-4.10.14.16

- Ó Senhor, vós fostes sempre um refúgio para nós!
- Ó Senhor, vós fostes sempre um refúgio para nós!
- Já bem antes que as montanhas fossem feitas ou a terra e o mundo se formassem, desde sempre e para sempre vós sois Deus.
- Ó Senhor, vós fostes sempre um refúgio para nós!
- Ó Senhor, vós fostes sempre um refúgio para nós!
- Ó Senhor, vós fostes sempre um refúgio para nós!
- Vós fazeis voltar ao pó todo mortal, quando dizeis: "Voltai ao pó, filhos de Adão!" Pois mil anos para vós são como ontem, qual vigília de uma noite que passou.
- Ó Senhor, vós fostes sempre um refúgio para nós!
- Pode durar setenta anos nossa vida, os mais fortes talvez cheguem a oitenta; a maior parte é ilusão e sofrimento: passam depressa e também nós assim passamos.
- Ó Senhor, vós fostes sempre um refúgio para nós!
- Saciai-nos de manhã com vosso amor, e exultaremos de alegria todo o dia! Manifestai a vossa obra a vossos servos, e a seus filhos revelai a vossa glória!
- Ó Senhor, vós fostes sempre um refúgio para nós!


Evangelho de Jesus Cristo segundo S. Marcos 12,13-17

Aclamação (Ef 1,17-18)
- Aleluia, Aleluia, Aleluia.
- Aleluia, Aleluia, Aleluia.
- Que o Pai do Senhor Jesus Cristo
/ nos dê do saber o Espírito,
/ para que conheçais a esperança,
/ reservada para vós, como herança!
- Aleluia, Aleluia, Aleluia.



Evangelho (Mc 12,13-17)

- O Senhor esteja convosco.
- Ele está no meio de nós.
- Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo ? segundo Marcos.
- Glória a vós, Senhor.

Naquele tempo, 13as autoridades mandaram alguns fariseus e alguns partidários de Herodes, para apanharem Jesus em alguma palavra. 14Quando chegaram, disseram a Jesus: "Mestre, sabemos que tu és verdadeiro, e não dás preferência a ninguém. Com efeito, tu não olhas para as aparências do homem, mas ensinas, com verdade, o caminho de Deus. Dize-nos: É lícito ou não pagar o imposto a César? Devemos pagar ou não?"
15Jesus percebeu a hipocrisia deles, e respondeu: "Por que me tentais? Trazei-me uma moeda para que eu a veja". 16Eles levaram a moeda, e Jesus perguntou: "De quem é a figura e inscrição que estão nessa moeda?" Eles responderam: "De César".
17Então Jesus disse: "Dai, pois, a César o que é de César, e a Deus o que é de Deus". E eles ficaram admirados com Jesus.
- Palavra da Salvação.
- Glória a vós, Senhor.


Comentários

Cristão perante a lei civil

Entre os ouvintes de Jesus, achavam-se os saduceus e herodianos, colaboracionistas do poder estrangeiro, e portanto partidários do imposto a César; os fariseus, pelo contrário, opunham-se, considerando-o ilícito para um israelista; e os guerrilheiros zelotas insurgiam-se até pelas armas.

Perante tal platéia, a manhosa pergunta que os fariseus e herodianos fazem a Jesus era de difícil resposta para qualquer mortal. Porém, não para a Sabedoria eterna e encarnada, de quem faiscou uma maravilhosa resposta, perpetuada para sempre na memória da humanidade.

Analisemos o assunto: ele abrange, simultaneamente, o campo civil e religioso. É lícito para imposto a César? Isto é, pode moralmente um israelita, adorador do único Deus verdadeiro, pagar um imposto pessoal ao imperador romano, que se apresenta como divindade estrangeira com a sua efígie cunhada na moeda? Jesus tinha de medir suas palavras. Uma resposta afirmativa ou negativa ou o silêncio evasivo não deixaria de Lhe criar embaraços notórios com a autoridade religiosa e com a civil.

Inteligentemente, como ninguém, primeiro atira à cara de seus interlocutores a fingida hipocrisia. A seguir, pede que lhe mostrem um denário romano, em que estava gravada a efígie de César (o imperador Tibério, naquela altura). Finalmente, sentencia: "Pagai a César o que é de César, e a Deus o que é de Deus". Esta frase primorosa de Jesus passou para a História, recebendo interpretações diversas segundo as épocas e ideologias. É evidente que Cristo distingue aqui deveres cívicos para com a autoridade e deveres religiosos para com Deus. A questão é esclarecer se se trata de termos mutuamente excludentes ou complementares.

Para os laicistas e secularistas fanáticos, os termos César e Deus são eliminatórios ou excludentes, não pode subsistir juntos, estão em confronto. A fé em Deus e a religião são questão privada e pessoal, sem espaço social. Os ministros do evangelho e os cristãos em geral devem limitar o âmbito da sua voz aos templos e sacristias. Assim, tiram a Deus e ao seu Reino o que lhe pertence. Jesus disse: anunciai o Evangelho a todas as pessoas; ilumine a vossa luz todos os homens para que dêem glória a Deus.

Pelo contrário, outros, os teístas, pensam que a autoridade civil deve estar ao serviço do Evangelho para implantar pela força do braço secular a lei de Cristo. Quando exacerbados, tendem a negar a César a sua autonomia e os seus direitos em questões não diretamente religiosas, próprios ao poder temporal.

A solução que Jesus deu não opõe César a Deus, o temporal ao espiritual, o político ao religioso, a autoridade civil ao reino de Deus. Na Sua insuperável resposta, Cristo não diviniza a autoridade do que manda, mas reconhece-lhe o direito inequívoco de mandar, e apresenta a obediência civil como um dever do cidadão. Por isso, concorda com o pagamento do imposto.

Entretanto, reconhecendo a autonomia do terreno e do poder civil, estabelece, pelo menos implicitamente uma hierarquia de termos que nível de consciência dá primazia a Deus sobre César.

Cristo apresenta-os como deveres complementares e não eliminatórios ou excludentes, em litígio permanente. O "dar a Deus o que é de Deus" é o primeiro. Mas, daí brota serenamente o fundamento e a obrigação de "dar a César o que é de César".

Tiremos desta conclusão desdobramento. A obrigação da autoridade pública é o ordenamento da sociedade para o bem comum, sem atropelar os legítimos direitos particulares. Para conseguir este objetivo conta necessariamente com a lei moral, isto é, a lei de Deus. Por isso a lealdade que o cidadão deve à autoridade civil não há-de estar necessariamente em luta com a sua obediência a Deus. No caso de conflito de deveres por abuso da autoridade pública, é legítima a discordância, a objeção de consciência, a oposição, a resistência e, até mesmo, a desobediência, porque em tal caso é Deus que deve prevalecer, como proclamaram os apóstolos perante o Sinédrio: "Mas Pedro e os Apóstolos responderam: "Importa mais obedecer a Deus do que aos homens" (At. 5,29).

O cristão deve ser o melhor cidadão, como o foi o próprio Divino Mestre, que acatou a autoridade civil e a lei religiosa do seu tempo, se bem que com lealdade crítica. Nada do que devemos a Deus o tiramos a César. Mas, também, devemos estar conscientes de que a fé religiosa não nos exime, antes nos obriga, a prestar à autoridade estatal legítima e justa a obediência devida e a colaboração cívica: pagamento de impostos, cumprimento das leis, responsabilidade cívica, participação democrática, crítica construtiva e solidariedade na justiça.

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