terça-feira, 17 de junho de 2008

Evangelho do dia 17/06/2008

Salve Maria!



terça-feira, 17 de junho de 2008



Santo do Dia



XI SEMANA DO TEMPO COMUM
Ofício do dia de semana e Missa à escolha.
Livro de 1º Reis 21,17-29



Leitura do Primeiro Livro dos Reis:

Após a morte de Nabot, 17a palavra do Senhor foi dirigida a Elias, o tesbita, nestes termos: 18"Levanta-te e desce ao encontro de Acab, rei de Israel, que reina em Samaria. Ele está na vinha de Nabot, aonde desceu para dela tomar posse. 19Isto lhe dirás: Assim fala o Senhor: Tu mataste e ainda por cima roubas! E acrescentarás: Assim fala o Senhor: No mesmo lugar em que os cães lamberam o sangue de Nabot, lamberão também o teu".
20Acab disse a Elias: "Afinal encontraste-me, ó meu inimigo?" Elias respondeu: "Sim, eu te encontrei. Porque te vendeste para fazer o que desagrada ao Senhor, 21farei cair sobre ti a desgraça: varrerei a tua descendência, exterminando todos os homens da casa de Acab, escravos ou livres em Israel. 22Farei com a tua família como fiz com as famílias de Jeroboão, filho de Nabat, e de Baasa, filho de Aías, porque provocaste a minha ira e fizeste Israel pecar.
23Também a respeito de Jezabel o Senhor pronunciou uma sentença: Os cães devorarão Jezabel no campo de Jezrael. 24Os da família de Acab, que morrerem na cidade, serão devorados pelos cães, e os que morrerem no campo, serão comidos pelas aves do céu". 25Não houve ninguém que se tenha vendido como Acab, para fazer o que desagrada ao Senhor, porque a isto o incitava sua mulher Jezabel. 26Portou-se de modo abominável, seguindo os ídolos dos amorreus que o Senhor tinha expulsado diante dos filhos de Israel.
27Quando Acab ouviu estas palavras, rasgou as vestes, pôs um cilício sobre a pele e jejuou. Dormia envolto num pano de penitência e andava abatido. 28Então a palavra do Senhor foi dirigida a Elias, o tesbita, nestes termos: 29"Viste como Acab se humilhou diante de mim? Já que ele assim procedeu, não o castigarei durante a sua vida, mas nos dias de seu filho enviarei a desgraça sobre a sua família".

- Palavra do Senhor.
- Graças a Deus.
Livro de Salmos 51(50),3-4.5-6.11.16



- Misericórdia, ó Senhor, porque pecamos!
- Misericórdia, ó Senhor, porque pecamos!
- Tende piedade, ó meu Deus, misericórdia! Na imensidão de vosso amor, purificai-me! Lavai-me todo inteiro do pecado, e apagai completamente a minha culpa!
- Misericórdia, ó Senhor, porque pecamos!
- Eu reconheço toda a minha iniqüidade, o meu pecado está sempre à minha frente. Foi contra vós, só contra vós, que eu pequei, e pratiquei o que é mau aos vossos olhos!
- Misericórdia, ó Senhor, porque pecamos!
- Desviai o vosso olhar dos meus pecados e apagai todas as minhas transgressões! Da morte como pena, libertai-me, e minha língua exaltará vossa justiça!
- Misericórdia, ó Senhor, porque pecamos!
Evangelho de Jesus Cristo segundo S. Mateus 5,43-48



Aclamação (Jo 13,34)

- Aleluia, Aleluia, Aleluia.
- Aleluia, Aleluia, Aleluia.
- Eu vos dou novo preceito:/ que uns aos outros vos ameis,/ como eu vos tenho amado.

Evangelho (Mt 5,43-48)

- O Senhor esteja convosco.
- Ele está no meio de nós.
- Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo ? segundo Mateus.
- Glória a vós, Senhor.

Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos: 43"Vós ouvistes o que foi dito: Amarás o teu próximo e odiarás o teu inimigo! 44Eu, porém, vos digo: Amai os vossos inimigos e rezai por aqueles que vos perseguem! 45Assim, vos tornareis filhos do vosso Pai que está nos céus, porque ele faz nascer o sol sobre maus e bons, e faz cair a chuva sobre os justos e injustos.
46Porque, se amais somente aqueles que vos amam, que recompensa tereis? Os cobradores de impostos não fazem a mesma coisa? 47E se saudais somente os vossos irmãos, que fazeis de extraordinário? Os pagãos não fazem a mesma coisa? 48Portanto, sede perfeitos como o vosso Pai celeste é perfeito".

- Palavra da Salvação.
- Glória a vós, Senhor.

Comentários



Amai os vossos inimigos



"Ouvistes que foi dito: Amarás o teu próximo e odiarás o teu inimigo. Eu, porém, vos digo: Amai os vossos inimigos e rezai por aqueles que vos perseguem". Esta última antítese provinda dos adoráveis lábios do Salvador é a continuação do Sermão da Montanha.

"Amarás o teu próximo" é norma que se encontra no livro do Levítico: "Não te vingarás nem guardarás rancor aos filhos do teu povo, mas amarás o teu próximo como a ti mesmo" (19,18). O próximo, aqui, significava para o fiel do Antigo Testamento, o parente e o compatriota. A segunda afirmação "e odiarás o teu inimigo" não se encontra literalmente em nenhuma passagem da Bíblia, mas deduziam-na os judeus como conclusão da primeira. Todo aquele que não pertencia ao povo eleito desconhecia o Deus verdadeiro e era um estranho, um "inimigo", a quem não havia razão para amar. Esse era o sentido de "odiarás o teu inimigo".

Jesus rompe aqui com a tradição dos rabinos e manda: "Eu, porém, vos digo: Amai os vossos inimigos, fazei bem aos que vos odeiam e rezai pelos que vos perseguem e caluniam". Aqui, Cristo amplia o conceito de próximo para incluir toda a pessoa sem distinção, igualando-o no amor com a pessoa de Deus, ou seja, o primeiro e segundo mandamento em união e igualdade. Depois, estende o perdão até setenta vezes sete, isto é, ilimitadamente. Terceiro, preceitua, agora, o amor até o inimigo. Enfim, numa palavra, Jesus declara inviável e antiquada a nossa divisão usual das pessoas em amigos e inimigos. Para quem ama, como Cristo, já não há senão irmãos, todos filhos do mesmo Pai, Deus.

S. Lucas (6, 27 ss) detalha: 27 "Digo-vos, porém, a vós que me escutais: Amai os vossos inimigos, fazei bem aos que vos odeiam, 28abençoai os que vos amaldiçoam, rezai pelos que vos caluniam. 29A quem te bater numa das faces, oferece-lhe também a outra; e a quem te levar a capa, não impeças de levar também a túnica. 30 Dá a todo aquele que te pede e, a quem se apoderar do que é teu, não lho reclames. 31O que quiserdes que os outros vos façam, fazei-lho vós também".

Jesus manda-nos bendizer aqueles que nos amaldiçoam, orar pelos que nos injuriam, praticar o bem sem esperar nada em troca, ser compassivos como Deus é compassivo, perdoar a todos, ser generosos sem cálculos ou tramas. "Portanto, sede perfeitos como vosso Pai celestial é perfeito". Nada mais, nada menos. Assim resume Cristo a nova justiça do Reino de Deus: a santidade é baseada na absoluta fidelidade a Deus.

Esta é a conclusão das seis antíteses, do Sermão da Montanha, é o programa de vida de um cristão. Deus é amor, sejamos também amor. Nós, homem ou mulher, fomos feitos à Sua imagem e semelhança: "Assim sereis filhos do vosso Pai que está nos céus, que faz nascer o sol sobre maus e bons e manda a chuva a justos e injustos".

A radicalidade desta mensagem supõe uma reflexão a uma reflexão sobre o amor, o perdão, a magnanimidade e a oração.

A virtude da magnanimidade, muito relacionada com a da fortaleza, consiste na disposição de acometer coisas grandes em nome da generosidade e do desprendimento. Quem se dispõe a viver assim traça o caminho da santidade.

O magnânimo propõe-se a ideais altos e não recua ante os obstáculos, às críticas ou aos desprezos. Não se deixa intimidar pelas murmurações ou pelo respeito humano; segue porque sua natureza o faz persistente em direção à perfeição. O magnânimo sente uma força que o faz sair de si mesmo em beneficio do próximo. Em sua pessoa não paira a mesquinhez e, para ele, não basta dar e oferecer. Ele se dá e se oferece. É uma entrega pessoal às causas nobres. Jesus Cristo entregou-se a si mesmo, sofreu a morte de Cruz, por amor aos homens. Ele se oferece e é oferecido pelo Pai por amor.

A grandeza de alma demonstra-se também pela disposição em perdoar o que quer que seja. Não é próprio do cristão guardar rancores em seu coração, agravos, recordações que nos fazem sofrer; o que nos deveria ser próprio é a disposição permanente ao perdão.

O Senhor nos deu o exemplo. Perdoou na Cruz àqueles que lhe faziam padecer tanto. Em plena agonia no madeiro, no sofrimento beirando ao insuportável, Ele pede ao Pai por aqueles que o aniquilam: - "Pai Perdoa-lhes; eles não sabem,o que fazem". (Lc 23,34)

Os pedidos que o Senhor nos faz através do Evangelho são possíveis de serem observados na medida de nossa magnanimidade. O Senhor não nos sobrecarregaria com fardos pesados se não nos tivesse provido antes das condições para carregá-los. Para isso, no entanto, é necessário cultivarmos um íntimo relacionamento com Jesus pela oração freqüente. Desta maneira amaremos também aqueles que não nos amam, faremos o bem aqueles que nos fazem o mal, emprestaremos (quiçá, daremos) sem esperar a devolução.

De fato a oração nos transporta para uma realidade divina; a oração nos possibilita levar para o âmago de nosso coração não apenas aqueles que nos rodeiam distribuindo afeto e empatia, mas também aqueles que se aproximam de nós com aspereza, rudeza, inimizade, discórdia e apatia. Isto é possível quando estamos dispostos a fazer de nossos inimigos, parte de nós mesmos: nossos irmãos.

- "Então, sim, ao amares teu inimigo, estás a amar um irmão. É esse o motivo por que o amor ao inimigo é a perfeição da caridade, já que a caridade perfeita consiste no amor aos irmãos. Ama e fazes o que quiseres; se te calas, cala-te por amor; se falas em tom alto, fala por amor; se corrigires alguém, faze-o por amor. Pois é preciso amar o homem e não o seu erro. O homem é obra de Deus, o erro é obra do homem. Ama a obra de Deus e purifica as obras do homem. Se existe o inimigo é porque existe o erro. Retira o erro e em vez de enxergares um inimigo, contemplarás um irmão." Santo Agostinho, Bispo de Hipona.

Rezar por nossos inimigos revela a disposição para a reconciliação. Quando elevamos nossos inimigos ao coração de Deus pela oração, será impossível continuar a nutrir maus sentimentos por eles. Pois Deus tudo transforma. A oração transforma o inimigo em "alguém próximo ao coração de Deus". Tal proximidade nos fará pessoas propensas a um novo relacionamento. Provavelmente não existe nenhuma oração tão poderosa como a oração pelos inimigos. Mas também é a mais difícil pois é exigente. Alguns santos consideram a oração feita pelos inimigos o principal critério de santidade.

Amar os nossos inimigos nos faz próximos da Cruz e da comunhão com o Crucificado. Esta intimidade com o Senhor que sofreu, mas se fez vencedor, abre os olhos de nosso coração para que reconheçamos que em nosso "inimigo" está, na verdade, um irmão que também é amado por Deus.

Nem sempre aqueles que julgamos ser nossos inimigos são inimigos de Deus. Constatamos isto quando o Senhor nos chama a atenção dizendo que Deus faz chover e brilhar o sol sobre os justos e sobre os injustos. Não o sol e a chuva apenas terrenos, mas também o "Sol da justiça", que é o próprio Jesus Cristo.

O amor e o perdão se fazem par quando desejamos viver o Evangelho de forma autêntica, buscando incansavelmente caminhar na santidade dos filhos de Deus: "Sede santos como vosso Pai é Santo".

[Apud "A Palavra de Cada Dia" de B. Caballero e Abade Moisés - (XXV Discurso)]

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Deixe seu comentário.