quarta-feira, 14 de junho de 2017

Toda dor é resultado de pecado?

“Seus discípulos lhe perguntaram: Mestre, quem pecou: este homem ou seus pais, para que ele nascesse cego?” (João 9.2)

“Alguém pecou, para que este homem nascesse cego!” Esta era a certeza que fundamentava a pergunta dos discípulos. A questão era apenas “quem?”. Ele mesmo ou seus pais? Ainda hoje há, em muitas comunidades de fé, uma crença estabelecida de que todo problema, dor, enfermidade ou perda é uma punição divina contra o pecado humano. Essa crença gera uma outra: a de que, se forem seguidas certas regras e algumas precauções forem tomadas, tudo ficará bem e estaremos livres de problemas. É a lei da semeadura e da colheita! De certa forma, há uma busca por uma vida previsível, controlável. Mas não é assim a vida, graças a Deus.

Sem dúvida que, de alguma forma, todo problema, dor, enfermidade ou perda, decorre do pecado, mas não no simplismo da relação de causa e efeito: se estou sofrendo é porque pequei! Somos pecadores e o nosso mundo está afetado pelo pecado de todos nós. Isso torna a vida perigosa! Deus não nos entregou um mundo desequilibrado e nem nos criou para o sofrimento. A morte, em última análise, e todos os males que possam antecedê-la, tem sua causa no pecado (Rm 5.12). Dessa forma, de maneira geral, é sim o pecado que alimenta o desequilíbrio, a injustiça e todo mal que há nessa terra. Mas pecado num sentido muito mais amplo: pecado com um desalinhamento humano com a vontade divina.

Graças a Deus, apesar do pecado que marca todos nós e define nossa vida aqui, sujeitando-a a limites e riscos, somos beneficiados diariamente pela misericórdia divina. A misericórdia é justamente o livramento que recebemos das dores que merecemos. Deus não está atuando na história para punir o ser humano. Não está à caça de pecadores para castigar. Suas misericórdias são a causa de não sermos consumidos. Ele nos enviou Jesus como prova disso: “…o Filho do homem não veio para destruir a vida dos homens, mas para salvá-los” (Lc 9.55) A dor humana não é sinal da ira divina, mas um sintoma de que precisamos voltar para Deus. Esta é a cosmovisão promovida pelo Evangelho de Cristo. “Quem pecou: este homem ou seus pais?” Amanhã refletiremos sobre essa pergunta.

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