sábado, 3 de junho de 2017

Renascendo das cinzas


O termo resiliência se deslocou do mundo da física para o comportamental. Em princípio, traduz a capacidade de um corpo se deformar por conta de agentes externos e, em seguida, se recuperar.

No campo comportamental, o papel da resiliência corresponde à capacidade humana de enfrentar, vencer e sair fortalecido de situações adversas.

Ser resiliente é um processo que se ativa dentro de nós de acordo com as necessidades impostas pelas dificuldades da vida.

Todos dispomos dessa ferramenta e ela se fortalece através das características pessoais de cada um.

Tais características determinam nossa maneira de enxergarmos uma situação penosa, bem como a forma pela qual reagimos diante dela.

Uma jovem que se tornou viúva na reta final de sua gravidez, escreveu:

Um homem tem uma morte súbita dois meses antes do nascimento do seu único filho. Assim nasce esse blog, tentando entender e explicar dois sentimentos opostos e simultâneos vividos pela viúva e mãe, que, no caso, sou eu. Uma pressa em falar para Francisco sobre seu pai, sobre o mundo e sobre mim mesma.

Para conseguir lidar simultaneamente com duas emoções tão fortes e contrárias – de um lado o luto e, de outro, as alegrias da maternidade, ela criou o blog, a fim de contar ao filho as histórias dela e do pai.

Eu não queria deixar de viver o luto porque tinha acabado de me tornar mãe. E não queria deixar de ficar feliz por ter acabado de me despedir do meu amor, conta ela.

Mais tarde, as histórias se transformaram em um livro, intitulado para Francisco.

Resiliência.
Cada dia é uma nova oportunidade diante dos sonhos a serem realizados, dos objetivos a serem alcançados, dos limites a serem superados.

Os desafios são inúmeros, é verdade. As dores, por vezes, enormes, parecendo quase insuportáveis. As lágrimas, incontáveis.

Todavia, o sofrimento é responsável por nos fazer descobrir quem realmente somos, distanciando-nos das ilusões que possuímos acerca de nós mesmos.

Quando nos julgamos pobres, o desafio das minguadas condições materiais nos ensina que o pouco é sempre mais do que suficiente.

Quando reclamamos de nossa família, imperfeita e desarmoniosa, as lágrimas saudosas do ente querido que retornou para o outro plano da vida nos mostram o quão felizes somos na companhia de nossos familiares.

Quando nos esquecemos dos amigos e, egoístas, nos negamos a estar em sua companhia, a dor da solidão nos recorda de que a mão de Deus nos alcança através do nosso próximo.

A mitologia nos fala de uma ave de penas brilhantes, douradas e vermelho-arroxeadas que, após viver muitos anos, ao se aproximar sua morte, entra em autocombustão, renascendo das próprias cinzas, algum tempo depois.

O que nos falta para renascer, sorrir e sermos felizes?

Podemos, sob a luz da resiliência, transformar as lágrimas ontem derramadas nessa capacidade de enxergar todas as possibilidades do hoje, do amanhã e de nós mesmos.

Pensemos nisso!

Redação do Momento Espírita, com base em dados biográficos de Cristiana Guerra.
Em 2.6.2017.
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