quinta-feira, 8 de dezembro de 2016

Viver e amar


O amor é a causa da vida. Viver e amar são, portanto,
termos idênticos da equação existencial. Gerada pelo amor de Deus,
a vida avança graças às conquistas que o amor em toda a sua plenitude propicia.
Quando o amor a comanda, esta alcança o finalismo a que se destina
(Franco, 2010, Apresentação: "Viver e amar").



Está ínsita em todos nós a essência do amor divino e somente quando compreendemos a grandeza de sermos filhos de Deus, herdeiros, portanto, de tudo o que existe, aprendemos a discernir os limites de nossa posição na Terra, delineando o caminho da paz e do crescimento espiritual.

Joanna, no livro Viver e amar, fala-nos, com a sabedoria de sempre, que o amor é a alma da vida que nos coloca diante da sublime filiação com o Pai criador! Propõe soluções e aponta caminhos para todos nós, amparados nesse amor que se espraia em toda a criação e que oferece ao ser humano a possibilidade de ser feliz, amando e compreendendo que somente por meio desse sentimento conquistará a liberdade sufocada pelos instintos e pelos atavismos inferiores que retardam a evolução.

Quando amamos realmente, com nobreza e transparência, expressando o que temos de melhor dentro de nós, vamos saindo das cadeias mentais erguidas pelos instintos por meio das sensações e caminhamos para a educação dos sentimentos, equilibrando as emoções, liberando a luz que todos temos como herança divina. A partir dessa conquista, pelo amor, manteremos a serenidade íntima capaz de elevar nossas aspirações, sintonizando-nos com almas afins que também buscam o aprimoramento moral a partir dos valores imperecíveis da vida.

Vivenciando o amor em todos os momentos que esteve na Terra, Jesus legou aos homens de boa vontade um roteiro de luz que concede segurança e paz na busca do progresso espiritual, vencendo as lutas do caminho.

Em momentos de sofrimento e desalento, quando a alma parece sucumbir sob o peso das injunções dolorosas, somente o amor conforta a alma e coloca o ser humano em condições de orar na busca do amparo de que necessita para vencer o peso da inquietação e do desalento.

Nas horas de perturbações e desconforto moral, quando a calúnia e o desagravo tentam destruir os valores que conquistamos com sacrifício e lutas edificantes, somente o amor erguerá nossa alma acima da incompreensão humana, despertando-nos para a necessidade do perdão e da tolerância diante dos que nos acusam.

O amor é, portanto, a solução para todos os males que nos afligem na trajetória terrestre.

Antevendo as dificuldades e o sofrimento moral, na linha do progresso moral a que estava destinada a humanidade terrestre, Jesus edificou sua doutrina sobre os alicerces do amor, deixando-nos um legado inigualável que orienta, conforta, direciona o pensamento, elevando-nos acima dos acontecimentos nefastos e das lutas materiais, ensejando-nos a conquista da paz.

Não existe outro meio de conquistar o Reino dos Céus, tão amplamente divulgado no Evangelho, senão vencendo nossas imperfeições morais, iluminando nossas consciências com a luz do amor, da verdade que se expressa na vida em exuberância dos que realmente vivenciam os ensinamentos cristãos.

Como sentir amor e compaixão quando tudo em torno de nós parece adverso, sem esperança e nos incita ao revide, à indiferença ao sofrimento alheio, ao egoísmo na utilização apenas dos bens materiais?

Há um caminho: a mudança de nossos hábitos já condicionados a viver tão somente valorizando a vida em seu aspecto transitório, perecível, em detrimento dos valores reais do Espírito imortal. A começar por nós mesmos, amando-nos, respeitando nossa filiação divina, tendo gratidão e retificando as diretrizes contrárias à prática do amor.

Diante dos conflitos e desavenças familiares, muitos se perdem em indagações, aguardando respostas da vida que os faça entender por que tantas dificuldades com aqueles que amam, aos quais dedicaram anos de trabalho e renúncia para que fossem criados e educados para uma existência segura e sem carências.

Sofremos muito mais quando a ofensa, o desentendimento, a agressão partem de alguém a quem amamos. Talvez os suportássemos com maior serenidade quando nos são dirigidos por alguém que não comunga dos mesmos ideais, dos mesmos interesses.

Em O evangelho segundo o espiritismo, esclarecendo alguns itens sobre esse assunto, Santo Agostinho ressalta que os laços da consanguinidade não criam os da afetividade e que a afinidade espiritual resulta da identidade dos ideais, dos interesses e do posicionamento dos Espíritos na escala evolutiva.

Isso nos leva a refletir sobre a desigualdade existente no seio da família com relação aos que recebemos como filhos ou companheiros de jornada terrena, implicando diversidade e relacionamentos nem sempre homogêneos.

Considerando que família é um termos diferente de parentela, poderemos dizer que a família é muito mais restrita a alguns que se afinizam, amam e detêm os mesmos gostos, os mesmos sentimentos, mantendo a fraternidade e o amor, enquanto a parentela diz respeito à consanguinidade ou ao estar integrado no mesmo lar, seja na condição de filho, nora, genro, esposo ou esposa, sobrinho ou outros participantes que vivam sob o mesmo teto, constituindo o grupo familiar.

Mesmo com estes, que não estejam unidos pelo sentimento recíproco do amor, da fraternidade, cujos laços são mais fortes porque remontam à vida espiritual de onde procederam, devemos cuidar para que o amor supere todas as dificuldades de relacionamento e possamos vencer os entraves ao crescimento de cada um deles. Assim cumprimos o dever que nos cabe.

No exercício constante do amor, paulatinamente, vamos aprendendo a respeitar a vida, o próximo e o Pai criador - que nos legou a oportunidade do crescimento espiritual no suceder das vidas que se entrelaçam harmoniosamente.


Uma palavra bondosa, a mão estendida e a dedicação pessoal, em termos de tempo e de esforço, são o resultado natural do amor por si próprio [...]. E quando damos amor, ele volta para nós e torna nossa vida feliz e significativa. A compaixão, por si mesma e pelos demais, requer prática: exercitando-a, ficamos mais sábios e mais realizados (Campbell, 2004, cap. 9)

Vivenciando o amor, conseguiremos realizar o bem e silenciar diante da ofensa e da agressividade.

Elegendo o amor como a diretriz de nossos atos, o mal que nos desejam não nos atinge porque estaremos resguardados pelas vibrações superiores.

Exercitando o amor em nossa vida diária, aprenderemos a usar a gentileza e o sorriso como armas que nos defenderão da ironia e do descaso.

Compreendendo o amor em sua plenitude, afastaremos de nosso mundo íntimo as paixões perturbadoras, o ciúme e o egoísmo.

Estimado leitor, sentindo o amor florescer em seu mundo íntimo, você conquistará a paz, o respeito ao direito do outro de ser feliz como lhe aprouver, recebendo dos corações alheios, na mesma intensidade com que amas, a resposta aos seus anseios de felicidade real e imorredoura.

Cabe a cada um de nós vivenciar intensamente as lições do Evangelho de Jesus, refletir e buscar o autoconhecimento, exercitar o perdão e a benevolência, intensificando o trabalho no bem.

Estaremos, assim, edificando as bases de nosso progresso espiritual.


do livro Lar Alicerce de Amor, autoria de Lucy Dias Ramos
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