sexta-feira, 31 de outubro de 2008

SOLIDÕES PARTICULARES


Tu te esqueces facilmente que me amas

E te ausentas sem adeuses, sem contatos;

Não te excitas, não conversas... não reclamas

E eu... sozinha... observando teus retratos.



Tu te aqueces no verão que tu recrias,

Mas o gelo triste do teu coração

Torna tuas solidões muito mais frias

E te envolve mais em cada solidão.



Nem te amas... tu apenas silencias,

Procurando um barco nas ondas do mar;

Teu amor navega mares de utopias,

Onde o sonho sempre insiste em naufragar.



Solitário, eu preparo o meu navio,

Solto as velas, crio sonhos imprudentes,

Mas o mar do meu olhar é tão vazio;

Só navego a emoção que tu nem sentes.



Meu amor enfraquecido, enfim, se prostra

E desmaia num sonho particular

Quando o sonho que tu tens nunca se mostra

E é no sonho que o amor quer se abrigar.



Silenciosa, tu caminhas pela sala

Meu olhar segue teus passos...sem destino

Como um barco de papel que o vento embala...

Sob os olhos delicados... de um menino.



Receosos, nossos gestos egoístas

Se restringem ao silêncio de uma dor

Que transforma nossos sonhos... pessimistas

Na arbitrária solidão do mesmo amor.

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