terça-feira, 11 de maio de 2010

Papa evoca Centenário da República portuguesa

Económico com Lusa
11/05/10 12:00

O Papa chegou hoje a Lisboa para uma visita de quatro dias, passando ainda por Fátima e Porto.

O Papa chegou hoje a Lisboa para uma visita de quatro dias, passando ainda por Fátima e Porto.

O Papa Bento XVI evocou as comemorações do Centenário da República portuguesa no primeiro discurso que proferiu em território nacional, sublinhando a importância da colaboração entre Igreja e Estado.

"A viragem republicana, operada há cem anos, abriu na distinção entre a Igreja e o Estado, um espaço novo de liberdade para a Igreja", disse o Papa, ainda no aeroporto.

Bento XVI evocou as Concordatas de 1940 e 2004, afirmando que "a Igreja está aberta a colaborar com quem não marginaliza nem privatiza a essencial consideração do sentido humano da vida".

"De uma visão sábia sobre a vida e sobre o mundo deriva o ordenamento justo da sociedade", disse Bento XVI.

Sem aludir a nenhuma das recentes mudanças legislativas em Portugal que têm sido contestadas pela Igreja, o Papa destacou que na intervenção pública dos católicos "não se trata de um confronto ético entre um sistema laico e um sistema religioso". Em causa está "uma questão de sentido à qual se entrega à própria liberdade", observou.

"Só agora me foi possível aceder aos amáveis convites do senhor Presidente e dos meus irmãos bispos para visitar esta amada e antiga Nação, que comemora no corrente ano um século da proclamação da República", disse o Papa, após agradecer o acolhimento recebido no aeroporto de Figo Maduro.

"Venho como peregrino de Nossa Senhora de Fátima, investido pelo alto na missão de confirmar os meus irmãos que avançam na sua peregrinação a caminho do céu", acrescentou.

"Que depois, há 93 anos, o céu se abrisse precisamente sobre Portugal - como uma janela de esperança que Deus abre quando o homem lhe fecha a porta, para reatar, no seio da família humana, os laços da solidariedade fraterna assente no mútuo reconhecimento de um só e mesmo Pai, trata-se de um amoroso desígnio de Deus; não dependeu do Papa nem de qualquer outra autoridade eclesial:'Não foi a Igreja que impôs Fátima - diria o cardeal Manuel Cerejeira, de venerada memória -, mas Fátima que se impôs à Igreja'", disse ainda Bento XVI.

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