sexta-feira, 1 de agosto de 2008

A MORTE DE JOÃO BATISTA Mc 6,17-29

Padre Bantu Mendonça K. Sayla

No dia de hoje, 29 de Agosto, a tradição cristã recorda o martírio de São João Baptista, o maior entre os nascidos de mulher, segundo o elogio do próprio Messias. Ele prestou a Deus o testemunho supremo do sangue, imolando a sua existência pela verdade e a justiça; com efeito, foi decapitado por ordem de Herodes, a quem tinha ousado dizer que não era lícito casar com a mulher do seu irmão, como acabamos de ouvir nos texto sagrado.

Falando da morte de João Baptista, o papa João Paulo II diz na Carta Encíclica Veritatis splendor (cf. n. 91) que o martírio constitui um sinal preclaro da santidade da Igreja. Efectivamente, ele “representa o ponto mais alto do testemunho a favor da verdade moral. Se são relativamente poucas as pessoas chamadas ao sacrifício supremo, há porém um testemunho coerente que todos os cristãos devem estar prontos a dar em cada dia, mesmo à custa de sofrimentos e de graves sacrifícios. Assim tu meu irmão, minha irmã, não podes e nem deves fugir. Gostaria que soubesses que desde o início do cristianismo percebemos que três elementos estão quase sempre unidos: testemunho, profecia e doação da própria vida. É verdadeiramente necessário um compromisso, com estas três vias, por vezes heróicas, para não ceder, até mesmo na vida quotidiana: em casa com o marido, com os filhos, colegas do trabalho, com os familiares de perto ou de longe. É necessário saber que às dificuldades nos levam ao compromisso para viver na totalidade o Evangelho.

O exemplo heróico de João Baptista nos deve fazer pensar nos mártires da fé que, ao longo dos séculos, seguiram corajosamente as suas pegadas. De modo especial, voltemos à mente aos numerosos cristãos que, no mundo inteiro, foram vítimas do ódio, e da perseguição religioso. Mesmo hoje, nalgumas partes do mundo, os fiéis continuam a ser submetidos a duras provações, em virtude da sua adesão a Cristo e à sua Igreja.

Os impérios opressores que existiram na história continuaram deixando seus mártires. Seus projetos elitistas e imperialistas fizeram com que seus chefes continuassem a embriagar-se com o sangue dos mártires.

Portanto, o martírio não deve ser buscado por ninguém. Em última palavra, o martírio é uma graça de Deus. Mas, dele não se deve fugir, se é necessário dar o testemunho e para defender a vida do povo. Jesus também nos ensina que não devemos ter medo daqueles que matam o corpo. Por isso, dar a vida é a melhor forma de amor, a exemplo de Jesus que nos amou até o extremo. O máximo do amor é dar a vida pelos seus. Deste modo, a vida não é tirada, mas é dada livremente.

Foi isso que fez São João Batista em meio à crueldade que ameaçava a fidelidade conjugal, lutou e sendo testemunha e testemunho fiel derramou o seu sangue, pagando com a própria vida.

Ontem como hoje, o banquete dos criminosos continua sendo regado a sangue, como foi o de Herodes como nós ouvimos no Evangelho de hoje. Por isso, lembrar o morte de João Batista é não deixar morrer sua história, é recordar o seu testemunho, sua profecia e sua coragem; é lembrar que, se preciso for, todos devemos estar dispostos a lavar as nossas vestes e as branquear no sangue do Cordeiro (Ap 7,14),

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