domingo, 17 de fevereiro de 2008

Os deuses gregos perderam o assento


*José Joacir dos Santos
A psicologia nos Estados Unidos adquiriu alforria já há algum tempo e a palavra em si não tem "dono" como no Brasil. Essa capacidade talvez seja um traço cultural de um povo arquivado na memória celular. Este país foi colonizado, de um modo geral, pela Ingraterra, mas foi capaz de se distanciar da herança cultural colonizadora. O "novo mundo" atraiu para si pessoas com ideais de liberdade que não conservaram laços de obediência à raiz monárquica. A escravidão aqui também não vingou por muito tempo e a democracia se instalou, a muito custo, ensinando a cultivar os direitos individuais e a liberdade de pensamento. Sem desmerecer pela bravura como venceu os mares, o pensamento português nunca foi abundante de ideais de liberdade e a escravidão no Brasil ainda tem fumaça de várias matizes, mesmo sem ser colônia. Um exemplo é a psicologia, presa às corporações, práticas antigas, arrogantes, preconceituosa e de um modo geral pouco comprometida com a finalidade compassiva que deveria ser.

O desgarranento dos padrões repetitivos das corporações não foi fácil nos Estados Unidos e nem será em qualquer lugar. A imigração constante e a diversidade humana obrigaram os legisladores daqui a pensar diferente e a mudar os caminhos da sociedade para acomodar a multidisciplinaridade. Embora persiga hoje os imigrantes, foram os forasteiros que enriqueceram a cultura deste país. Dos anos oitenta para cá, a psicologia norte-americano se dividiu em três escolas distintas, inclusive por uma questão de sobrevivência e tolerância, tendo a Califórnia como carro-chefe das mudanças e readaptações. Aqui falo da que mais me agrada e também da que mais cresceu nos últimos anos. Assim como as igrejas evangélicas, os consultórios de psicólogos que seguem a linha ortodoxa diminuem no país inteiro por falta de cliente e muitas universidades já oferecem o curso de psicologia até por correspondência. O povo procura alguma coisa além das teorias psicanalíticas comportamentais porque já compreende que o comportamento desequilibrado pode ser uma disfunção do ser integral e essa disfunção depende também de uma palavra mágica: energia. Ninguém quer mais passar dez anos fazendo análise. A Nova Era tem pressa e desmascara velhos padrões.

A psicologia do sucesso agora se chama: psicologia energética. No meio de uma sessão o terapeuta percebe que o cliente tem dificuldade de se expressar e convida-o a exercitar acupressura. Essa técnica segue os princípios da acupuntura e não precisa de agulhas. Feita a sedação em alguns pontos do meridiano chamado Triplo Aquecedor, o cliente começa a falar e a enfrentar suas dificuldades. Ela incorpora outras terapias energéticas, inclusive Reiki, e é aliada de outra fonte inesgotável de respostas para todas as perguntas: a psicologia oriental baseada na filosofia budista.

Fui a um seminário de David Feinstein, PhD em psicologia, que exerceu a profissão por quinze anos até conhecer a futura esposa, Donna Eden, cuja profissão é, há mais de 30 anos, terapeuta energética e vidente. Disse que passou anos apenas acompanhando a esposa nos seminários dela e trabalhando na sua clínica, sem compreender bem o que ela fazia. Enquanto era dificil acomodar até vinte clientes por dia na clínica, a sua mulher palestrava, em um só dia de seminário, para mais de 500 pessoas. Criticado pelos colegas, David fechou a clínica e foi estudar o que a mulher fazia com a vidência. Usando métodos acadêmicos por não ter vidência, ele pesquisou, estudou e começou a praticar o que outros já faziam com sucesso: a psicologia energética, baseada na "mitologia pessoal". Ele conta que zerou a contagem de clientes na sua antiga clínica e com a nova abordagem já atendeu a mais de dez mil pessoas. A mudança foi tão radical que a clínica tornou-se insuficiente e ele passou a dar seminários pelo país, onde a platéia, ávida para saber o segredo do sucesso, é constituída quase que exclusivamente de psiquiatras, psicólogos e terapeutas energéticos de todas as categorias. Os dois livros de David estão entre os mais vendidos. A esposa vê tudo o que é invisível às demais pessoas e é capaz de mudar a energia inteira de uma pessoa com um simples toque.

De acordo com David, um cliente tratado pelos métodos da psicologia ortodoxa gasta quatro vezes mais tempo no tratamento do que outro tratado com a psicologia energética e não há garantia que os padrões emocionais antigos voltem a se desenvolver. Enquanto que na ortodoxia um cliente com uma fobia simples leva dez a doze sessões, na energética o mesmo cliente só necessitaria de duas ou três e as vezes só uma sessão. O grande obstáculo imposto pela ortodoxia já era esperado: com a palavra energética no meio, o cliente gasta menos dinheiro no tratamento e em um país como os Estados Unidos, dinheiro é a alma do negócio. Um simples exame de sangue pode custar ao paciente 500 dólares. A "indústria" da saúde não quer perder o filão mas há sinais de fumaça. Por outro lado, os psicólogos energéticos tem mais clientes, que demoram menos tempo nos tratamentos e são bem-vindos pelas companhias de seguro-saúde porque as terapias energéticas são produzem efeitos colaterais e o cliente usa menos os serviços do seguro-saúde. Esse paradigma também existe na área de saúde como um todo, especialmente no Brasil, onde os terapeutas holísticos que nasceram com dons especiais têm dificuldade de convergir essas habilidades em trabalho sério e disciplinado porque não há escolas que lhes dê a chance de se autodesenvolverem. Hoje todo mundo sabe que se o povo tiver acesso fácil a terapias energéticas, aqui chamadas de amigáveis, a "indústria" do remédio cheio de efeitos colaterais perde dinheiro e os donos de hospitais ficam menos ricos, coitados! A rede de hospitais canadense Kaiser Permanente abriu os olhos e incorporou no atendimento as terapias energéticas.

As práticas energéticas focalizam seus tratamentos nos centros energéticos do corpo, alterando o campo eletromagnético. Há 2500 anos a acupuntura fala disso. De que são constituídas as células? Todo o ser humano é pura energia. Por isso se alimenta diariamente e precisa de hábitos saudáveis para continuar a existir. É sabido que se uma pessoa muda o campo magnético dela a doença perde força, a polaridade muda. Vamos dizer que o cliente tem uma fobia e vai ao consultório falar dela. Enquanto fala, ela sobe e toma vida, fica vivida. Mesmo que o cliente compreenda porque desenvolveu a fobia e queira mudar, quando sai do consultório o cérebro refaz o caminho de volta e guarda a fobia no velho arquivo. Já se o cliente é tratado na terapia psicanalítica energética, quando o cérebro tenta devolver a memória da fobia o campo magnético já foi alterado. A repetição dessa prática restaura a saúde mental. Não há segredo: simplesmente o campo eletromagnético da fobia é desestruturado quando recebe informação energética diferenciada do seu padrão e em outra voltagem. Quando a circuito energético da memória celular é quebrado, ela perde a capacidade de ser refazer, reprogramar e repetir o seu padrão estrutural. Aos poucos os fragmentos do desequilíbrio se perdem como gotas de veneno no mar. O estimulo que alimentava a fobia não acha mais espaço compatível com a sua vibração energética, a doença perde o sentido e a vida se restabelece. Índios e xamãs não sabem o que é memória celular mas tratam ela.

As escolas de psicologia passam semestres falando de arquétipos sem saber que os deuses gregos já perderam o assento. O grande achado da psicologia energética é não importar deuses e demônios. É guiar o cliente de acordo com a sua mitologia pessoal, isto é, os deuses e demônios do próprio cliente, criados desde a barriga da mãe pela influência do meio-ambiente, dos traços culturais, das crenças, do distanciamento das práticas milenares de conexão com seus "anjos" internos, da alimentação e também das vidas anteriores. As diversas formas de transmissão de energia universal interagem com os neurônios formando uma engenhosa rede de condução de estímulos energéticos do corpo e é capaz de informar que há mudança de planos e caminhos a seguir. Somos constituídos de grandes condutores chamados meridianos e de infinitas estações energéticas chamas chácras. Como ignorar a energia como fonte de saúde mental? Até pouco tempo, fora do Brasil ninguém acreditava que álcool fosse uma alternativa energética viável. Hoje, vários países do mundo não tiram os olhos dos engenhos de cana-de-açúcar brasileiros. As terapias energéticas aos poucos deixam de ser alternativas para serem essenciais porque a terra vive seu momento de transformação, de alteração de frequencia energética e de mudança de padrões de toda espécie. Nada é colocado no corpo sem o conhecimento imediato dos sensores cerebrais e mentais - e vice-versa.
Na verdade, para quem quizer ver com outras lentes, a psicologia energética vem resgatar o que de bom existe nas práticas psicológicas convencionais porque a energia provoca, ativa, interage e remodela os reflexos condicionados dos padrões e bloqueios emocionais. "A psicologia energética tem cartas para todas as mesas. Estimulando pontos energéticos na pele, relacionados com atividades mentais específicas, pode transformar em instantes a química elétrica do cérebro", dizem David Freinstein (www.energypsyched.com), Donna Eden (www.energymed.info) e Gary Craig no livro "A promessa da psicologia energética"(The promise of Energy Psychology", o qual recebeu o prêmio de "excelência" no "oscar" da literatura psicoterápica norte-americana e foi adotado imediatamente após o lançamento pela Association for Humanistic Psychology, uma das três vertentes da divisão de escolas psicológicas nos Estados Unidos, da qual sou filiado. Nos vários livros publicados sobre psicologia energética, por psicólogos que antes trabalhavam na linha ortodoxa, é unânime que a psicologia associada a terapias energéticas é eficaz na resolução dos casos de emoções indesejadas como medo, culpa, vergonha, ciúme, raiva; muda padrões comportamentais e hábitos indesejados; aumenta a habilidade para amar, ter sucesso e aproveitar o melhor que a vida oferece. Mudando a cabeça, a vida melhora!

O engenheiro metalúrgico Gary Craig (www.emofree.com), pesquisador em psicologia e criador do sistema chamado "Técnicas de Libertação Emocional" (EFT, em inglês) foi levado pela ONU para a guerra em Cosovo e fez história no tratamento de traumas de guerra combinando técnicas psicoterápicas com terapias energéticas e é portador de um dos maiores e mais ricos acervos de casos de cura com esse trabalho, reconhecido pela Organização Mundial da Saúde sem nunca ter feito faculdade de psicologia. Foi ele quem atraiu e modificou a vida de milhares de psicólogos que hoje trabalham com a nova psicologia energética nos Estados Unidos e na Europa, lado a lado com videntes, índios e xamãs.

*José Joacir dos Santos é jornalista e doutor em Psicologia Oriental
e-mail: yahoo.com

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