Acreditamos que a intuição possa ser considerada como uma espécie de inteligência superior, fruto dos nossos conhecimentos acumulados, ainda que não tenhamos consciência deles. É uma manifestação da nossa “alma”, reflexo da Inteligência Divina que habita em nós. Por isso, transcende os limites da razão.
Mediunicamente considerada, é uma espécie de inspiração que os espíritos nos dão, captada psiquicamente, muitas vezes sem que nos damos conta. É algo que deveríamos utilizar com mais frequência, mas, na maioria das vezes, não conseguimos captar as mensagens que nossos guias ou amigos espirituais nos enviam, constantemente, com a intenção de nos auxiliar.
Se soubéssemos utilizar a intuição poderíamos resolver muitos problemas que nos afligem no dia-a-dia. Mas o problema maior é que, normalmente, pedimos ajuda espiritual em momento de aflição, e dessa forma, não conseguimos captar a inspiração com clareza.
No livro O Despertar da Intuição – Desenvolvendo o seu Sexto Sentido, do escritor e médium americano, James Van Praagh, ele explica que “intuição é uma sensação de saber, e isso vem de dentro. Essa sensação é espontânea, não é racional. Se você se esforçar muito para usar sua intuição, impedirá o processo. Em outras palavras: intuição não é uma coisa que você possa fazer acontecer. Ela simplesmente acontece. Você pode aprender a perceber quando ela ocorre. A intuição acontece quando nossas mentes estão relaxadas e não concentradas em um determinada tarefa”.
Precisamos estar com a mente tranquila e harmoniosa com o Alto para que possamos ter a intuição. Caso contrário, nossa sintonia estará vibrando em baixa frequência, sendo assim, a única intuição que receberemos é da espiritualidade das trevas ou de quem nos queira prejudicar.
A intuição em ambiente harmonioso é tão importante que escritores, compositores, pintores etc, somente conseguem exercer sua arte em lugares onde há tranquilidade e que possam trabalhar aproveitando sua intuição da melhor maneira possível.
Mas, como saber se a intuição é fruto da inspiração de um espírito ou de nossa própria mente? Van Praagh escreve que “para fazer contato com esse tipo de conhecimento, é preciso começar estabelecendo um relacionamento íntimo com você. Quanto mais compreender suas próprias razões, ideias e crenças, mais fácil se tornará separar o que é seu daquilo que é dos espíritos”.
Inspiração dos espíritos
Certa vez, uma amiga médium me disse que meu pai iria manter contato comigo. Ele já havia desencarnado há anos. Mas ela afirmou que ele faria contato em breve. Certo dia, minha esposa trouxe as correspondências para mim e o que nos espantou foi que, em uma delas, o destinatário estava no nome de meu pai. Ficamos espantados. Como aquilo havia acontecido? Lembrei-me que havia preenchido um cadastro em uma loja, com os meus dados e também o nome de meus pais. O impressionante é que ao invés da loja enviar a correspondência em meu nome, enviou no de meu pai. O que isto quer dizer? Que a médium, minha amiga, estava certa? Também! Mas meu pai quis me alertar que ele estava ao meu lado, para eu ficar atento, pois estava me inspirando no dia-a-dia. Às vezes, um ente querido ou um amigo já desencarnado nos envia uma mensagem similar, mas como estamos preocupados com nossos problemas, deixamos de captar o que poderia ser a solução de uma aflição.Van Praagh explica que “no nível mental, a intuição costuma manifestar-se em forma de imagens (...) Os inventores afirmam que suas invenções lhes chegam por devaneios, sonhos noturnos ou quando não estão concentrados nos problemas (...) Executivos com altos cargos administrativos costumam dizer que tiveram uma ‘sensação visceral’ ao tomar certa decisão (...) A capacidade de saber intuitivamente o que vai dar certo aumenta a possibilidade de sucesso de uma pessoa nos negócios”.
Confiando na voz interior
Isto explica alguma intuição que a pessoa tem e é considerada maluca, pois os outros acham absurda aquela ideia. Porém, a pessoa deverá se manter firme em sua convicção, afinal a intuição lhe mostrou uma imagem, o que dá a certeza de estar fazendo a coisa certa. Essa passagem me lembra Juscelino Kubitcheck. Quando idealizou Brasília, ele seguiu sua intuição e colocou em prática um projeto audacioso. Se ele não seguisse sua intuição, a imagem daquela cidade no planalto central não passaria de mera imagem.
Comecei a praticar as técnicas descritas na obra de James Van Praagh, afinal, os pequenos detalhes fazem a diferença. Assim, dia desses, quando voltava de carro de uma viagem a trabalho no norte de Goiás, pegando a BR 153, fiquei na dúvida se seguiria para Goiânia (onde poderia continuar a trabalhar) ou voltaria para Brasília, onde moro. Em determinado ponto da estrada, pedi auxílio aos meus guias espirituais que pudessem me inspirar o que seria melhor para mim. Estava chegando a um trevo onde seguir reto seria tomar um caminho logo à frente para Brasília ou virar a direita era ir para Goiânia. Quando mentalizava ao Alto pedindo uma intuição, uma viatura da polícia rodoviária veio na contramão em minha direção. Achei aquilo estranho. Quando a viatura chegou no trevo, parou. Perguntei se não podia seguir” e o policial respondeu: “Só se for para Goiânia” – apontando a estrada a minha direita, pois havia acontecido um acidente na outra estrada. Fiquei pasmo ao ouvir aquilo. Muitas pessoas vão dizer que é coincidência, mas não acredito em coincidências e penso que nada acontece por acaso. Segui viagem para Goiânia pensando no acontecido. Acabei fechando bons negócios naquela cidade. Neste caso soube ouvir e seguir a minha intuição.
James Van Praagh escreve que “a intuição também deve estar integrada ao intelecto para podermos traduzir as informações enviadas por ela. Médicos que passaram anos na faculdade sabem que combinar seu conhecimento médico com a intuição é a melhor forma de diagnosticar problemas difíceis de serem identificados por meios convencionais”.
Sendo assim, não basta pedir, temos que fazer a nossa parte. Para que a intuição funcione precisamos ter fé. Não adianta você pedir para ser inspirado em algo, se no fundo não acredita que seja possível. É a mesma coisa de orar sem fé, ou seja, o pedido é em vão. “Só é possível desenvolver a percepção mediúnica com que você nasceu através da prática e com persistência. É um processo de sintonia em que o instrumento é seu próprio sexto sentido”, finaliza Van Praagh.
Revista Cristã de Espiritismo
Autor desconhecido
por Ana Maria Teodoro Massuci
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