“A Ciência Espírita ensina que, pelo suicídio sempre se perde o que se queria ganhar. O suicídio é o corolário da covardia moral, que por sua vez é o resultado a que leva a incredulidade, a simples dúvida sobre o futuro e as idéias materialistas.” Allan Kardec. Afirma ainda o Mestre Lionês:
“(…) Quando homens de ciência, apoiados na autoridade do seu saber, se esforçam por provar aos que os ouvem ou lê em que estes nada têm a esperar depois da morte, não estão de fato levando-as a deduzir que, se são desgraçados, coisa melhor não lhes resta senão se matarem? Que lhes poderiam dizer para desviá-los dessa consequência? Que compensação lhes podem oferecer? Que esperança lhes podem dar? Nenhuma, a não ser o nada…
Daí se deve concluir que, se o nada é o único remédio heróico, a única perspectiva, mais vale buscá-lo imediatamente e não mais tarde, para sofrer por menos tempo. A propagação das doutrinas materialistas é, pois, o veneno que inocula a idéia do suicídio na maioria dos que se suicidam, e os que se constituem apóstolos de semelhantes doutrinas assumem tremenda responsabilidade.
Com o Espiritismo, tornada impossível a dúvida, muda o aspecto da Vida. O crente sabe que a existência se prolonga indefinidamente para lá do túmulo, mas em condições muito diversas; donde a paciência e a resignação que o afastam muito naturalmente de pensar no suicídio; donde, em suma, a coragem moral.
O Espiritismo ainda produz, sob esse aspecto, outro resultado igualmente positivo e talvez mais decisivo: apresenta-nos os próprios suicidas a informar-nos da situação desgraçada em que se encontram e a provar que ninguém viola impunemente a Lei de Deus, que proíbe ao homem encurtar a sua Vida. Entre os suicidas, alguns há cujos sofrimentos, nem por serem temporários e não eternos, não são menos terríveis e de natureza a fazerem refletir os que porventura pensam em daqui sair, antes que Deus o haja ordenado.
O suicídio tem sempre por causa um descontentamento, quaisquer que sejam os motivos particulares que se lhes apontem. Ora, aquele que está certo de que só é desventurado por um dia e que melhores serão os dias que hão de vir, enche-se facilmente de paciência. Só se desespera quando nenhum termo divisa para os seus sofrimentos. E que é a Vida humana, com relação à Eternidade, senão bem menos que um dia? Mas, para o que não crê na Eternidade, e julga que com a Vida tudo se acaba, se os infortúnios e as aflições o acabrunham, unicamente na morte vê uma solução para as suas amarguras. Nada esperando, acha muito natural, muito lógico mesmo, abreviar pelo suicídio as suas misérias.
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