quinta-feira, 10 de novembro de 2016

Você pode visitar, espiritualmente, durante o sono, seus amigos e parentes?


Do princípio de emancipação da alma durante o sono parece resultar que temos, simultaneamente, duas existências: a do corpo, que nos dá a vida de relação exterior, e a da alma, que nos dá a vida de relação oculta. É isso exato? No estado de emancipação, a vida do corpo cede lugar à da alma, mas não existem, propriamente falando, duas existências; são antes duas fases da mesma existência, porque o homem não vive de maneira dupla.
Duas pessoas que se conhecem podem visitar-se durante o sono?

Sim, e muitas outras que pensam não se conhecerem se encontram e conversam. Podes ter, sem que o suspeites, amigos em outro país. O fato de visitardes, durante o sono, amigo, parentes, conhecidos, pessoas que vos podem ser úteis, é tão freqüente que o realizais quase todas as noites.

Qual pode ser a utilidade dessas visitas noturnas, se não as recordamos?
Ordinariamente, ao despertar, resta uma intuição que é quase sempre a origem de certas idéias que surgem espontaneamente, sem que se possa explicá-las, e não são mais que as idéias hauridas naqueles colóquios.

0 homem pode provocar voluntariamente as visitas espíritas? Pode, por exemplo, dizer ao adormecer: “Esta noite quero encontrar-me em espírito com tal pessoa; falar-lhe e dizer-lhe tal coisa?”

Eis o que se passa: o homem dorme, seu Espírito desperta, e o que o homem havia resolvido o Espírito está, muitas vezes, bem longe de o seguir, porque a vida do homem interessa pouco ao Espírito, quando ele se liberta da matéria. Isto para os homens já bastante elevados, pois os outros passam de maneira inteiramente diversa a sua existência espiritual: entregam-se às paixões ou permanecem em inatividade. Pode acontecer, portanto, que, segundo o motivo que se propôs, o Espírito vá visitar as pessoas que deseja: mas o fato de o haver desejado quando em vigília não é razão para que o faça.
Certo número de Espíritos encarnados pode então se reunir e formar uma assembléia?
Sem nenhuma dúvida. Os laços de amizade, antigos ou novos, reúnem assim, freqüentemente, diversos Espíritos que se sentem felizes de se encontrar.

Pela palavra “antigos” é necessário entender os laços de amizade contraídos em existências anteriores. Trazemos ao acordar uma intuição das idéias que haurimos nesses colóquios ocultos, mas ignoramos a fonte.
Uma pessoa que julgasse morto um de seus amigos, que na realidade não o estivesse, poderia encontrar-se com ele em espírito e saber, assim, que continuava vivo? Poderia, nesse caso, ter uma intuição ao acordar?

Como Espírito pode certamente vê-lo e saber como está. Se não lhe foi imposto como prova acreditar na morte do amigo, terá um pressentimento de que ele vive, como poderá ter o de sua morte!

Livro dos Espíritos,
por Ana Maria Teodoro Massuci
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