Fonte: Gaudium Press
Roma (Quarta, 25-03-2009, Gaudium Press) Para o cardeal Angelo Bagnasco, o Papa vem sendo desrespeitado por autoridades da França e da Alemanha e por meios de comunicação de diversos países. O presidente da Conferência dos Bispos da Itália declarou ontem que Bento XVI está sendo "atacado" por "análises superficiais e juízos precipitados", entre outras, na polêmica do uso dos preservativos.
"Não toleraremos que o Papa seja ofendido e atacado pelos meios e por políticos", afirmou o cardeal, que disse que Bento XVI "tem mostrado a sinceridade de quem não tem nada a esconder".
Na discussão dos preservativos, "as palavras do Papa foram instrumentalizadas", afirma Bagnasco, e "mais além do livre dissenso", se tem buscado deixar o Papa "no ostracismo". Porém, adverte, "o ataque e a vulgaridade não poderão nunca formar parte da linguagem civilizada, e fatalmente se voltam contra quem as profere".
Para o observador vaticano perante a ONU, Silvano M. Tomasi, presente na 10ª Sessão Ordinária do Conselho sobre os Direitos Humanos, reunida em Genebra na semana passada, "alguns países, que previamente tinham se comprometido a uma relação equilibrada e saudável entre a Igreja e o Estado, estão revestindo-se cada vez mais de uma política secularista com objetivo de reduzir o papel da religião na vida pública".
Tomasi pede aos Estados que "examinem sua própria legislação" para ver se estão aplicando "o principio universal da liberdade religiosa, intrinsecamente relacionado com o direito a liberdade de expressão". "Quando os seguidores das religiões não têm direito a expressar sua opinião, a liberdade de religião não está garantida", disse o religioso.
Em nota divulgada hoje, o Ministério do Exterior francês afirma não ter tido intenção de fazer polêmica, mas não volta atrás da condenação da declaração do Papa sobre a camisinha.
"Não queríamos entrar em polêmica. Dissemos somente, e repetimos, que a frase do Papa sobre o preservativo - que não é uma parte da solução, mas um problema para a Aids - pode ter consequências dramáticas na política mundial pela saúde", declarou o porta-voz do ministério, Erci Chevallier.
"Não dissemos nunca que o preservativo é a única solução do problema. Há outras, como a assistência médica, a social, os testes para detectar a presença do vírus, o apoio psicológico. Mas o preservativo faz parte destes elementos de resposta. Todos os discursos que vão em direção contrária, feitos ainda mais por uma pessoa que tem enorme influência, vão contra o interesse da saúde pública".
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