sexta-feira, 5 de janeiro de 2018

Nosso verdadeiro lugar



Jesus era um educador de qualidades especiais. Ele não perdia oportunidade alguma para o ensino.
Toda ação, palavra, feito que ocorresse onde Ele estivesse, era motivo de observações precisas. Como nosso Modelo e Guia, tinha plena consciência de que a vida é dada ao homem para o seu progresso. E todos os momentos na vida são oportunidades de crescimento.

Narra o Evangelista Lucas que, em dia de sábado, entrou Jesus na casa de um fariseu. O nome do fariseu não é mencionado, no entanto, o Mestre fora ali convidado à refeição. Quando adentrou o local, foi observado pelos que lá se encontravam. Por Sua vez, observou Jesus que os convidados escolhiam os primeiros lugares, em quase atropelo. Todos desejavam ficar o mais próximo possível do anfitrião. Recordemos que, ao tempo do Cristo, as refeições não eram realizadas em torno de uma mesa. Os convidados se acomodavam em poltronas, sofás que eram distribuídos pelo ambiente, em mais ou menos semicírculo.

As refeições eram tomadas com o convidado meio reclinado, apoiando a cabeça sobre o braço esquerdo e servindo-se com a mão direita. Por isso, a grande disputa pelos lugares mais próximos ao dono da casa. Talvez porque desejassem ser vistos por ele, porque isso lhes constituiria um ponto a mais no relacionamento interpessoal, o que poderia ter valor para negociações de futuro. Talvez estivessem interessados em estar mais próximos para não perderem nenhuma das palavras que o anfitrião proferisse. Assim, poderiam participar do diálogo, tanto quanto teriam possibilidades de tudo avaliar. E, possivelmente, formular críticas mais tarde, sobre esse ou aquele ponto.

Relanceando o olhar pela sala, Jesus tomou da palavra e propôs uma parábola, dizendo:

Quando fordes convidados para bodas, não tomeis o primeiro lugar, para que não suceda que, havendo entre os convidados uma pessoa mais considerada do que vós, aquele que vos haja convidado venha a dizer-vos:

Dai o vosso lugar a este.

E vos vejais constrangidos a ocupar, cheios de vergonha, o último lugar.

Quando fordes convidados, ide colocar-vos no último lugar, a fim de que, quando aquele que vos convidou chegar, vos diga:

Meu amigo, venha mais para cima.

Isso será para vós um motivo de glória, diante de todos os que estiverem convosco à mesa.

Porquanto todo aquele que se eleva será rebaixado e todo aquele que se abaixa será elevado.

As palavras de Jesus eram, primeiramente, uma lição de etiqueta. Porque ninguém que seja convidado para um banquete, deve ir se assentando onde bem queira.

A etiqueta estabelece que se aguarde o direcionamento do mestre de cerimônias ou de quem às vezes lhe faça.

Era a exortação do Mestre, também, um ensino essencialmente voltado ao Espírito.

Somente quem abriga em si a humildade, cresce de forma autêntica, progredindo.

Não foi diversa a postura do Modelo e Guia da Humanidade que se credenciou como o servidor de todos.

São Suas as palavras: Estou entre vós como aquele que serve.

Pensemos nisso: se o Senhor das estrelas, o Cristo, assim se posicionou, por que ainda nos magoamos tanto quando não recebemos as deferências dos homens?

Sirvamos sempre. Deus, que a tudo vê e tudo sabe, conhece exatamente o lugar onde precisamos estar.

Ele é a Justiça Suprema e nunca se engana.

Pensemos nisso e vivamos melhor, menos preocupados com o olhar dos homens. E mais atentos ao que o Senhor da Vida tem a ofertar a cada um de nós.

Redação do Momento Espírita, com base no cap.
XIV, versículos 1, 7 a 11 do Evangelho de Lucas.
Disponível no livro Momento Espírita, v. 8, ed. FEP.
Em 4.1.2018.
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