Um dia, sem aviso prévio, as pessoas se vão e nos deixam de lembrança suas histórias. Sejam elas as vividas, ou as sonhadas. E as histórias de quem se foi, é a forma mais gostosa de eternizar aquela pessoa na gente.
Quando uma pessoa querida se vai, ela nos deixa uma parte de si. Deixa também um pouco de solidão. E a solidão, com o tempo se torna amiga. E assim, descobrimos com as pessoas que se foram, que um belo abraço e um olhar carinhoso sempre se faz presente, e, que nada verdadeiramente grande se faz sem uma parcela de amor.
Lembro-me como se fosse ontem do dia em que meu pai partiu. Eu não era lá um filho muito carinhoso, confesso. Já ele, também sempre foi um homem de poucas palavras quando o assunto eram os sentimentos. Nos bastávamos assim. Um pouco antes de partir, daquele seu jeito único que mesclava rispidez e sinceridade, ele parou alguns segundos e começou a divagar comigo. E, entre olhares e choros contidos, me disse da forma mais sincera possível que no leito de morte nós somos pessoas de verdade. Somos, pois conseguimos clarear os horizontes e sentir a emoção que é vivida naquele instante. Não há outras preocupações além de viver os últimos instantes que temos.
Ainda criança, olhei para ele um pouco sem chão e perguntei como iria conseguir me refazer sozinho. E com um sorriso que pouco havia visto, ele me disse com os olhos cheios de lágrimas que: São belas as aves que voam sozinhas.
A verdade é que um dia, cedo ou a tarde, a dor invade sem pedir licença. Se coloca ao nosso lado, conversa com a gente e nos diz que não irá embora até conversarmos com ela. A dor engana, cria ilusão, se faz infinita. Hoje, sendo uma ave que voa sozinha, aprendi que o amor de uma pessoa que se foi, na verdade, não nunca se vai. Ele fica. Nas histórias, na saudade e na esperança certeira dela estar sempre torcendo por nós.
Com alguns dias cheios de choro, e algumas pessoas perdidas, a gente aprende que a vida não passa de uma oportunidade de encontro. Encontrar quem a gente ama, nos doar inteiramente e saber que, mesmo não parecendo, isso foi o suficiente.
A saudade sempre grita. Mas a certeza do coração, diz à ela que um dia a gente irá descobrir que o amor é a compensação da morte. Então, que a gente consiga valorizar e compreender mais as pessoas. Pois, todo coração pede, implora, uma oportunidade de deixar seu amor eterno na gente.
Por Frederico Elboni
por Ana Maria Teodoro Massuci
Este site não produz e não tem fins lucrativos sobre qualquer uma das informações nele publicadas, funcionando apenas como mecanismo automático que "ecoa" notícias já existentes. Não nos responsabilizamos por qualquer texto aqui veiculado.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Deixe seu comentário.