terça-feira, 30 de março de 2010

Nossa Senhora de Lourdes

História

Em 11 de fevereiro de 1858, na vila francesa de Lourdes, às margens do rio Gave, Nossa Mãe, Santa Maria manifestou de maneira direta e próxima seu profundo amor para conosco, aparecendo-se a uma menina de 14 anos, chamada Bernadete (Bernardita) Soubirous.

A história da aparição começa quando Bernadete, que nasceu em 7 de janeiro de 1844, saiu, junto com duas amigas, em busca de lenha na Pedra de Masabielle. Para isso, tinha que atravessar um pequeno rio, mas como Bernadete sofria de asma, não podia entrar na água fria, e as águas daquele riacho estavam muitas geladas. Por isso ela ficou de um lado do rio, enquanto as duas companheiras iam buscar a lenha.

Foi nesse momento, que Bernadete experimenta o encontro com Nossa Mãe, experiência que marcaria sua vida, “senti um forte vento que me obrigou a levantar a cabeça. Voltei a olhar e vi que os ramos de espinhos que rodeavam a gruta da pedra de Masabielle estavam se mexendo. Nesse momento apareceu na gruta uma belíssima Senhora, tão formosa, que ao vê-la uma vez, dá vontade de morrer, tal o desejo de voltar a vê-la”.

“Ela vinha toda vestida de branco, com um cinto azul, um rosário entre seus dedos e uma rosa dourada em cada pé. Saudou-me inclinando a cabeça. Eu, achando que estava sonhando, esfreguei os olhos; mas levantando a vista vi novamente a bela Senhora que me sorria e me pedia que me aproximasse. Ms eu não me atrevia. Não que tivesse medo, porque quando alguém tem medo foge, e eu teria ficado alí olhando-a toda a vida. Então tive a idéia de rezar e tirei o rosário. Ajoelhei-me. Vi que a Senhora se persignava ao mesmo tempo em que eu. Enquanto ia passando as contas ela escutava as Ave-marias sem dizer nada, mas passando também por suas mãos as contas do rosário. E quando eu dizia o Glória ao Pai, Ela o dizia também, inclinando um pouco a cabeça. Terminando o rosário, sorriu para mim outra vez e retrocedendo para as sombras da grupa, desapareceu”.

Em poucos dias, a Virgem volta a aparecer a Bernadete na mesma gruta. Entretanto, quando sua mãe soube disso não gostou, porque pensava que sua filha estava inventando histórias –embora a verdade é que Bernadete não dizia mentiras–, ao mesmo tempo alguns pensavam que se tratava de uma alma do purgatório, e Bernadete ficou proibida de voltar à gruta Masabielle.

Apesar da proibição, muitos amigos de Bernadete pediam que voltasse à gruta; com isso, sua mãe disse que se consultasse com seu pai. O senhor Soubiruos, depois de pensar e duvidar, permitiu que ela voltassem em 18 de fevereiro.

Desta vez, Bernadete foi acompanha por várias pessoas, que com terços e água benta esperavam esclarecer e confirmar o narrado. Ao chegar todos os presentes começaram a rezar o rosário; é neste momento que Nossa Mãe aparece pela terceira vez. Bernadete narra assim a aparição: “Quando estávamos rezando o terceiro mistério, a mesma Senhora vestida de branco fez-se presente como na vez anterior. Eu exclamei: ‘Aí está’. Mas os demais não a via. Então uma vizinha me deu água benta e eu lancei algumas gotas na visão. A Senhora sorriu e fez o sinal da cruz. Disse-lhe: ‘Se vieres da parte de Deus, aproxima-te’. Ela deu um passo adiante”.

Em seguida, a Virgem disse a Bernadete: “Venha aqui durante quinze dias seguidos”. A menina prometeu que sim e a Senhora expressou-lhe “Eu te prometo que serás muito feliz, não neste mundo, mas no outro”.

Depois deste intenso momento que cobriu a todos os presentes, a notícia das aparições correu por todo o povoado, e muitos iam à gruta crendo no ocorrido embora outros zombassem disso.

Entre os dias 11 de fevereiro e 16 de julho de 1858 houve 18 aparições. Estas se caracterizaram pela sobriedade das palavras da Virgem, e pela aparição de uma fonte de água que brotou inesperadamente junto ao lugar das aparições e que deste então é um lugar de referência de inúmeros milagres constatados por homens de ciência.

segunda-feira, 29 de março de 2010

Bento XVI homenageia João Paulo II por seu quinto aniversário de morte

29/03/10 - 14h41


Da France Presse


O Papa Bento XVI fez uma homenagem nesta segunda-feira, dia 29, ao seu antecessor João Paulo II, um homem de "fé forte como uma pedra", "esperança luminosa" e "caridade fervorosa", durante uma missa comemorativa do aniversário de cinco anos de morte do papa polonês.

João Paulo II morreu no dia 2 de abril de 2005, mas, em 2010, esta data coincidiu com a Sexta-feira Santa, por isso, a celebração foi adiantada em alguns dias.

A vida de João Paulo II seguiu "sob o signo da caridade, da capacidade de fazer atos generosos, sem reservas, sem medidas, sem cálculos", disse o papa na sua homenagem.

"Aquilo que o motivava era o amor a Cristo, o qual consagrou sua vida, um amor abundante e incondicional" e esta proximidade lhe permitiu ser "companheiro de viagem do homem atual", completou Bento XVI.

"Sua progressiva fragilidade física jamais abalou sua fé forte como uma pedra, sua esperança luminosa, sua caridade fervorosa. Ele se deixou consumir por Cristo, pela Igreja, pelo mundo inteiro: ele viveu o sofrimento até o último momento por amor e com amor", afirmou.

O papa disse algumas palavras em polonês para os fiéis vindos do país natal do falecido papa.

Ele nada disse, no entanto, sobre a futura beatificação de João Paulo II, esperada pelos inúmeros fiéis, em sua maioria polonesa.

João Paulo II faleceu com 84 anos, depois de 27 anos de pontificado.

domingo, 28 de março de 2010

Papa chega perto de fiéis e tenta contornar crise no Vaticano

28/03/10 - 07h39

Bento XVI celebra Procissão de Ramos a bordo do papamóvel
Ele disse que Deus dá coragem para enfrentar 'maledicências'.
Do G1, com agências internacionais

Foto: Gregorio Borgia/AP

Bento XVI andou no 'papamóvel' cercado por seguranças (Foto: Gregorio Borgia/AP)

Milhares de pessoas participaram na praça de São Pedro do Vaticano da Procissão do Domingo de Ramos, presidida pelo papa Bento XVI e que abre os ritos litúrgicos da Semana Santa. Pela primeira vez em quase cinco anos de pontificado, Bento XVI comandou do papamóvel a procissão.

De acordo com o porta-voz do Vaticano, Federico Lombardi, o papa optou por usar o veículo para poder ver melhor os fíeis que lotaram a praça de São Pedro neste domingo (28). A aproximação física com o público chega em um momento delicado do Vaticano, no qual os escândalos envolvendo padres pedófilos arranham a imagem da Igreja Católica.
 
No sábado (27), o  cardeal de Westminster, Vincent Nichols, saiu em defesa do papa Bento XVI. Segundo ele, "ninguém fez tanto contra os abusos sexuais contra menores por parte dos sacerdotes do que o papa Bento XVI". Já o cardeal vigário para o estado da Cidade do Vaticano, Angelo Comastri, pediu que os fiéis dediquem todas as suas preces e o rosário a Bento XVI "neste momento difícil", em referência as acusações feitas por vários meios de comunicação de que o papa supostamente ocultou casos de pedofilia.

Oliveiras centenárias trazidos da região italiana de Apúlia (sul), galhos de oliveiras procedentes da residência papal de Castel Gandolfo, ao sul de Roma, e palmas procedentes de Elche (Espanha) e Sanremo (Itália) enfeitaram a praça, onde o pontífice entrou no meio dos aplausos dos presentes.

Bento XVI, revestido com enfeites vermelhos e levando o cajado, presidiu a procissão, que saiu dos palácios pontifícios e se dirigiu rumo ao obelisco de Sisto V, instalado no centro da praça vaticana.

Na jornada na qual a Igreja lembra a entrada triunfal de Jesus em Jerusalém, o papa chegou ao recinto vaticano no meio do cântico Hosana. Diante do obelisco, adornado com flores vermelhas e verdes, o papa abençoou as palmas e os galhos de oliveira, símbolos da paz.

Foto: Gregorio Borgia/AP

O Papa Bento XVI chegou bem próximo dos fiéis neste domingo de Ramos (Foto: Gregorio Borgia/AP)

Depois leu o Evangelho de Lucas que narra a entrada de Jesus na Cidade Santa. Após a procissão, Bento XVI se dirigiu para o altar maior levantado no átrio da praça vaticana para rezar a missa.

O papa afirmou que o homem pode escolher entre seguir Jesus e se afundar na mentira e na indecência.

"Jesus nos conduz para o que é grande, puro. Nos leva para o ar salubre das alturas, para a coragem que não deixa que nos amedrontemos com as maledicências de opiniões dominantes, para a paciência que suporta e sustenta o outro", disse aos fiéis.

Bento XVI pediu a paz para a Terra Santa, para que o lugar onde Cristo nasceu, viveu, morreu e ressuscitou seja "verdadeiramente um local de paz", e exortou os cristãos a permanecerem nessa terra.

* Com informações da Efe e France Presse

quinta-feira, 25 de março de 2010

Vaticano encobriu padre pedófilo americano


Jornal de noticias

Cardeais católicos, entre os quais o futuro Papa Bento XVI, acolheram um padre que molestou mais de 200 rapazes surdos, apesar das repetidas advertências dos bispos norte-americanos.

Os ficheiros eclesiásticos agora tornados públicos devido a uma acção judicial contêm uma carta escrita pelo padre Lawrence C. Murphy, acusado de pedofilia, ao cardeal Joseph Ratzinger, em 1996, quando este presidia à Congregação para a Doutrina da Fé, antes de se tornar no Papa Bento XVI.

"Quero simplesmente viver o tempo que me resta na dignidade do meu sacerdócio", escreveu o reverendo Murphy ao cardeal Ratzinger. "Peço a sua ajuda neste assunto", acrescentou. Entre os documentos do processo, a que o "The New York Time" teve acesso, não consta qualquer resposta de Joseph Ratzinger. O padre Lawrence C. Murphy morreu dois anos mais tarde, em 1998, ainda como padre, acrescenta o jornal.

O caso de Wisconsin envolve um padre americano, o reverendo Lawrence C. Murphy, que trabalhou numa conceituada escola para crianças surdas, entre 1950 e 1974. Este será apenas um dos milhares de casos que os bispos fizeram chegar ao Vaticano e à Congregação para a Doutrina da Fé, presidida pelo cardeal Ratzinger de 1981 a 2005, escreve o "The New York Times". Este organismo é o responsável por decidir se as acusações seguem para julgamento canónico ou se os padres devem ser despadrados.

Os documentos do Wisconsin mostram, ainda, que três arcebispos do Estado sabiam que Lawrence Murphy abusava de crianças mas essa situação nunca foi comunicada às autoridades civis.

O porta-voz do Vaticano, Federico Lombardi, disse ao “New York Times” que este novo caso é "trágico", considerando que o reverendo Murphy abusava de crianças "particularmente vulneráveis", sublinhando a notificação tardia ao Vaticano e que inquéritos preliminares a este assunto foram afastados.

Papa presidirá Missa no 5º aniversário de falecimento de João Paulo II

blog.bibliacatolica.com.br


Na Segunda-Feira Santa, no Vaticano
CIDADE DO VATICANO, terça-feira, 23 de março de 2010 (ZENIT.org).- No dia 29 de março, às 18h, Bento XVI presidirá, na Basílica Vaticana, a Santa Missa pelo 5º aniversário de falecimento de João Paulo II, como anunciou Dom Guido Marini, mestre das celebrações litúrgicas pontifícias.
Na verdade, Karol Wojtyla faleceu em 2 de abril de 2005, mas este ano a data coincide com a Sexta-Feira Santa, motivo pelo qual a Missa de sufrágio do Sumo Pontífice foi antecipada para a Segunda-Feira Santa.
Durante a oração dos fiéis desta Celebração Eucarística, está previsto que se eleve, em polonês, a seguinte súplica: “Pelo venerável Papa João Paulo II, que serviu a Igreja até o limite das suas forças, para que, do céu, interceda para infundir a esperança que se realiza plenamente participando da glória da ressurreição”.
Também se rezará em alemão por Bento XVI, “para que continue, seguindo os passos de Pedro, desempenhando seu ministério com perseverante mansidão e firmeza, para confirmar os irmãos”.
Em espanhol se rezará depois “pelos que estão reunidos para recordar o Papa João Paulo II, para que saibam amar e servir a Igreja como ele a amou e serviu, dando testemunho da fé em Deus e oferecendo seu amor a todos”.

Evangelho segundo São Lucas 1, 26-38



 
  26No sexto mês, o anjo Gabriel foi enviado por Deus a uma cidade da Galiléia, chamada Nazaré, 27a uma virgem desposada com um homem que se chamava José,  
 
Quinta-feira, 25 de março de 2010.

SANTO DO DIA: Solenidade da Anunciação do Senhor; Beato Jacó Bird, Mártir

Primeira Leitura: Isaías 7, 10-14; 8, 10;
Leitura do livro do profeta Isaías:
Naqueles dias, 10O Senhor disse ainda a Acaz: 11Pede ao Senhor teu Deus um sinal, seja do fundo da habitação dos mortos, seja lá do alto. 12Acaz respondeu: De maneira alguma! Não quero pôr o Senhor à prova. 13Isaías respondeu: Ouvi, casa de Davi: Não vos basta fatigar a paciência dos homens? Pretendeis cansar também o meu Deus? 14Por isso, o próprio Senhor vos dará um sinal: uma virgem conceberá e dará à luz um filho, e o chamará Deus Conosco. 10preparai um plano, e ele malogrará; dai ordens e elas não serão executadas, porque Deus está conosco.
- Palavra do Senhor.
- Graças a Deus

Segunda Leitura: Hebreus 10, 4-10
Leitura da carta aos Hebreus:
4Pois é impossível que o sangue de touros e de carneiros tire pecados. 5Eis por que, ao entrar no mundo, Cristo diz: Não quiseste sacrifício nem oblação, mas me formaste um corpo. 6Holocaustos e sacrifícios pelo pecado não te agradam. 7Então eu disse: Eis que venho (porque é de mim que está escrito no rolo do livro), venho, ó Deus, para fazer a tua vontade (Sl 39,7ss). 8Disse primeiro: Tu não quiseste, tu não recebeste com agrado os sacrifícios nem as ofertas, nem os holocaustos, nem as vítimas pelo pecado (quer dizer, as imolações legais). 9Em seguida, ajuntou: Eis que venho para fazer a tua vontade. Assim, aboliu o antigo regime e estabeleceu uma nova economia. 10Foi em virtude desta vontade de Deus que temos sido santificados uma vez para sempre, pela oblação do corpo de Jesus Cristo.
- Palavra do Senhor.
- Graças a Deus



SALMO 39
Sacrifício e oblação não quisestes, mas abristes, Senhor, meus ouvidos; não pedistes ofertas nem vítimas, holocaustos por nossos pecados, e então eu vos disse: "Eis que venho!"
R: Eis que venho fazer, com prazer, a vossa vontade, Senhor!

Sobre mim está escrito no livro: "Com prazer faço a vossa vontade, guardo em meu coração vossa lei!"
R: Eis que venho fazer, com prazer, a vossa vontade, Senhor!
Boas novas de vossa justiça anunciei numa grande assembléia; vós sabeis: não fechei os meu lábios!
R: Eis que venho fazer, com prazer, a vossa vontade, Senhor!

Proclamai toda a vossa justiça, sem retê-la no meu coração; vosso auxílio e lealdade narrei. Não calei vossa graça e verdade na presença da grande assembléia.
R: Eis que venho fazer, com prazer, a vossa vontade, Senhor!

Evangelho de Jesus Cristo segundo São Lucas 1, 26-38
Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo, segundo São Lucas:
26No sexto mês, o anjo Gabriel foi enviado por Deus a uma cidade da Galiléia, chamada Nazaré, 27a uma virgem desposada com um homem que se chamava José, da casa de Davi e o nome da virgem era Maria. 28Entrando, o anjo disse-lhe: Ave, cheia de graça, o Senhor é contigo. 29Perturbou-se ela com estas palavras e pôs-se a pensar no que significaria semelhante saudação. 30O anjo disse-lhe: Não temas, Maria, pois encontraste graça diante de Deus. 31Eis que conceberás e darás à luz um filho, e lhe porás o nome de Jesus. 32Ele será grande e chamar-se-á Filho do Altíssimo, e o Senhor Deus lhe dará o trono de seu pai Davi; e reinará eternamente na casa de Jacó, 33e o seu reino não terá fim. 34Maria perguntou ao anjo: Como se fará isso, pois não conheço homem? 35Respondeu-lhe o anjo: O Espírito Santo descerá sobre ti, e a força do Altíssimo te envolverá com a sua sombra. Por isso o ente santo que nascer de ti será chamado Filho de Deus. 36Também Isabel, tua parenta, até ela concebeu um filho na sua velhice; e já está no sexto mês aquela que é tida por estéril, 37porque a Deus nenhuma coisa é impossível. 38Então disse Maria: Eis aqui a serva do Senhor. Faça-se em mim segundo a tua palavra. E o anjo afastou-se dela.
- Palavra da salvação.
- Glória a Vós, Senhor

Comentário ao Evangelho do dia feito por
São Beda, o Venerável (c. 673-735), monge, Doutor da Igreja
Homilias para o Advento, nº 3; CCL 122, 14-17 (a partir da trad. Delhougne, Les Pères commentent, p. 170)
«O Senhor Deus vai dar-Lhe o trono de Seu pai David; Ele reinará eternamente sobre a casa de Jacob e o Seu reinado não terá fim»
«O anjo Gabriel foi enviado por Deus a uma cidade da Galileia, chamada Nazaré, uma virgem, desposada com um homem chamado José, da casa de David; e o nome da virgem era Maria». O que é dito da casa de David não diz respeito apenas a José, mas também a Maria. Porque a Lei prescrevia que um homem se casasse com uma mulher da sua tribo e da sua estirpe, segundo o testemunho do apóstolo Paulo, que escreveu a Timóteo: «Lembra-te de Jesus Cristo, saído da estirpe de David, e ressuscitado dos mortos, segundo o meu Evangelho» (2Tim 2, 8). [...]
«Ele será grande e vai chamar-Se Filho do Altíssimo. O Senhor Deus vai dar-Lhe o trono de Seu pai David». O trono de David significa aqui o poder sobre o povo de Israel, que David governou no seu tempo, com um zelo pleno de fé. [...] A este povo, que David dirigiu pelo seu poder temporal, vai Cristo conduzir por uma graça espiritual para o reino eterno. [...]
«Ele reinará eternamente sobre a casa de Jacob». A casa de Jacob designa a Igreja universal que, pela fé e o testemunho rendido a Cristo, se une ao destino dos patriarcas, quer dos que tiram a sua origem carnal da sua cepa, quer dos que, nascidos pela carne de uma outra nação, são reunidos em Cristo, pelo baptismo no Espírito. É sobre esta casa de Jacob que Ele reinará eternamente: «e o Seu reinado não terá fim». Sim, Ele reina sobre ela na vida presente, quando governa o coração dos eleitos onde habita, pela sua fé e o seu amor para com Ele; e governa-os pela Sua contínua protecção, para lhes fazer chegar os dons da recompensa celeste. Ele reina no futuro, quando, uma vez terminado o estado de exílio temporal, os introduz na estadia da pátria celeste, onde eles se regozijam com a Sua presença visível que continuamente lhes lembra que não podem senão cantar os Seus louvores.

quarta-feira, 24 de março de 2010

Ego não é egoísmo

Meditar dia e noite
Ego e egoísmo não são a mesma coisa. Digo isto depois de ouvir inúmeras pregações que, vejam só, chamam o ego de tudo que é tipo de codinome: Balaão, Jezabel; em muitas igrejas o ego é chamado até de Diabo. Confundem o ego com o egoísmo. Ego é a pessoa, o individuo. Egoismo é o “eu-ismo”, isto é, adoração a si mesmo. São duas coisas diferentes.

Com base nesta teoria de que o ego é o Diabo, a pregação exige que ele seja eliminado. Como referência bíblica, utiliza-se erroneamente as palavras de Jesus, o qual disse: aquele que quiser vir após mim, negue-se a si mesmo, tome a sua cruz e siga-me.

No afã de eliminar o ego, quem acaba sendo eliminada é a personalidade e o senso de individualidade. Tal perda nada tem a ver com o que Jesus disse a respeito de negar a si-mesmo. Quando alguém perde a sua própria individualidade, está renunciando a sua concepção existencial, e assim, vai em busca de uma nova, que quase sempre lhe é dada de presente pela igreja onde congrega. O resultado desta fabricação de pseudo servos é que as denominações que pregam tal heresia tornaram-se em verdadeiras máquinas de clonagem onde o molde é o líder da igreja.

Ora, o ego é a pessoa como indivíduo. Ele nunca deixará de existir e nem deve ser negado. Tal ente tem personalidade, isto é, idéias, emoções, pensamentos, vontades. A advertência da Palavra diz respeito à adoração a si mesmo, isto é, a idolatria ao ego. Em outras palavras, não estamos falando de eliminar o ego, mas sim de não achar que somos deuses.

A coisa é tao absurda que algumas denominações pregam claramente que os irmãos não devem mais pensar, mas simplesmente obedecer. Simples assim. Certo vez um irmão tentou justificar tal ideia a mim dizendo que Eva só pecou porque pensou. Segundo ele, se Eva não tivesse pensado, não pecaria.

Só imagino a indignação de Eva: ó Deus, porque me deste um cérebro?

Quando Jesus disse negue-se a si mesmo, anunciava o que queria daqueles que fossem seus seguidores, isto é, que confiassem nele e não em nós mesmos. Mas de maneira alguma confiar e seguir a Jesus implica em eliminar o ego; ao contrário, pela fé Nele, fortaleço a mim mesmo e enfraqueço o perverso e maléfico desejo de adoração, afim de viver com mais confiança e saúde mental, livre das culpas e tendo como força central as certezas proporcionadas pela sua graça.

Pela fé Nele, quando sou fraco é que sou forte.

Pela fé Nele, uma parte de mim se enfraquece (o si mesmo), enquanto outra se fortalece.

O que é necessário entender aqui é a diferença entre amor e idolatria. O fortalecimento do ego faz com que passamos a perceber os valores que regem os relacionamentos. O mesmo que desejo para mim será aquilo que desejarei ao próximo. E aquilo que não desejo que se faça aos outros, também não tolerarei que o façam comigo. Isto é amor.

O que Jesus diz para negar é o “ismo”, que rima com “si mesmo” e que é idolatria. É o sentimento de querer colocar-se em posição superior aos demais. É não importar-se com as necessidades dos outros. É ter a oportunidade de ser o bom samaritano e não o sê-lo. Quanto a isto, Jesus fez vários alertas.

Lucas 20:46 Guardai-vos dos escribas, que querem andar com vestes compridas; e amam as saudações nas praças, e as principais cadeiras nas sinagogas, e os primeiros lugares nos banquetes;

Os escribas os quais Jesus se referia eram egoístas. Quando chegavam num banquete, queriam os primeiros lugares. Amavam serem saudados nas praças, como se fossem deuses. Estes adoravam o ego.

Lucas 14:11 Porquanto qualquer que a si mesmo se exaltar será humilhado, e aquele que a si mesmo se humilhar será exaltado.

Aquele que se humilhar será exaltado, porém não é a exaltação da humilhação que me motiva a crer em Jesus. A liberdade e as certezas que são geradas pela fé nele, e além disso, a paz santificadora que provém dele são mais do que suficientes para saber que esta é a Palavra de Deus. Pelo menos esta é a minha experiencia.

Me sinto forte não porque me considero capaz de fazer grandes coisas. Me sinto forte porque posso orar e saber que já fui ouvido.

Quando sou fraco na minha auto-confiança, sou forte pela fé em Jesus.

Tudo isso sem perder a minha individualidade e muito menos minha capacidade de pensar e fazer reflexões. Além disso, pelas minhas escolhas, respondo eu, estejam elas certas ou erradas. A sessão de humilhar-se a si mesmo passa pela coragem de assumir responsabilidades.

terça-feira, 23 de março de 2010

O desafio do fundamentalismo

André Tadeu de Oliveira
Amálgama

Durante a década de sessenta do século passado, um pensamento se fez bastante presente no mundo ocidental: Deus está morto! Tudo levava a crer que a religião seria banida, definitivamente, das preocupações de uma pessoa minimamente racional, ou, na melhor das hipóteses, seria relegada ao universo particular e intimo do crente.

Porém, a história desmentiria tal premissa. A religião não apenas se manteve como fator primordial na vida de muitas pessoas, mas aumentou, de forma substancial, sua influência em muitos setores da sociedade. Infelizmente, esta influência, muitas vezes, foi especificamente maléfica.

Seriam todos os religiosos responsáveis por esta influência nefasta, castradora e negadora dos direitos fundamentais adquiridos com muito custo pela sociedade? Creio que não. Em primeiro lugar, uma sociedade verdadeiramente democrática é composta por diferentes grupos de pressão, sejam eles secularistas ou religiosos. Crentes e descrentes possuem o mesmo direito, devendo exercer sua cidadania de maneira plena.

São incontáveis as contribuições em prol de uma sociedade mais justa e igualitária promovidas por religiosos das mais diferentes tradições. O mesmo pode-se dizer a respeito de cidadãos e organizações que em nada crêem.

O grande problema concernente à influência da religião na vida pública ocorre quando a mesma deteriora-se, mostrando sua face mais terrível e assustadora: o fundamentalismo. Este fundamentalismo tão perigoso é abordado de forma bastante clara e didática por Lloyd Geering em seu livro Fundamentalismo: Desafio ao mundo secular, publicado pela editora paulista Fonte Editorial.

Geering é pastor e teólogo vinculado à Igreja Presbiteriana da Nova Zelândia, uma das maiores denominações cristãs em seu país. Professor de Antigo Testamento, foi o primeiro teólogo a ser condecorado com a medalha de honra ao mérito pelo governo neozelandês, desenvolvendo uma atuação marcante em movimentos sociais, sindicais e ecológicos. Experimentou na pele a fúria dos fundamentalistas em sua própria igreja, sendo submetido a um longo processo eclesiástico motivado por dois artigos polêmicos – o primeiro abordava a questão da ressurreição de Cristo, o segundo discorria sobre a imortalidade da alma. O julgamento ganhou tamanha relevância ao ponto de ser transmitido pela TV neozelandesa por dois dias consecutivos. O veredicto final absolveu Geering.

O livro que temos em mãos constitui-se de apenas quatro capítulos. Não pode ser considerado um verdadeiro tratado a respeito da questão, mas aborda de forma compreensível e direta o assunto, concentrando-se nos fundamentalismos cristão, judaico e muçulmano. No primeiro capítulo, o autor neozelandês debruça-se sobre a história do movimento fundamentalista, revelando, também, o contexto histórico responsável pelo surgimento desta tendência, assim como os inimigos a serem combatidos pelos fundamentalistas.

O segundo capítulo é magistral. Mostra como o fundamentalismo, ao contrário de ser um fiel defensor da ortodoxia em qualquer crença religiosa, não passa de uma tosca deturpação do verdadeiro espírito de fé. Por demais interessante é o tópico referente ao fundamentalismo cristão e o literalismo bíblico.

No terceiro capitulo, Geering explora como esta tendência religiosa é perigosa quando adquire contornos políticos. A direita cristã nos EUA, o sionismo religioso e os grupos islâmicos são abordados de forma esclarecedora. No último capítulo, o autor apresenta soluções para o religioso saudável enfrentar de maneira direta e criativa o crescente fundamentalismo em suas fileiras.

Esta pequena obra pode ser considerada uma leitura essencial para quem deseja compreender o que vem a ser o fundamentalismo religioso e quais suas conseqüências.

Fundamentalismo: Desafio ao mundo secular ::: Lloyd Geering ::: Fonte Editorial, 2009, 106 páginas :::
* André Tadeu de Oliveira, São Paulo-SP, é jornalista e estudante de Teologia na Universidade Presbiteriana Mackenzie.

domingo, 21 de março de 2010

Nós somos filhos de Deus.

Foi comprovado que grande parte das doenças se origina de aflições. Por isso, deixar de se afligir pensando em problemas futuros é muito bom para tornar o corpo saudável. Nós somos filhos de Deus. Devemos ter mais autoconfiança. Não devemos nos amedrontar diante de coisas insignificantes. O filho de Deus tem Vida imortal. Como jamais morre, não há o que temer nem com o que se preocupar. Quando compreendemos que somos imortais, desaparecerá todo o nosso temor. Quando deixamos de temer, imediatamente nos tornaremos saudáveis e manifestaremos mais coragem. Como não sentiremos medo mesmo nos momentos cruciais, conseguiremos manifestar a capacidade total e tudo correrá bem, tanto no serviço como nas provas.
Livro “Mensagem de Amor e Sabedoria”
Prof. Seicho Taniguchi

sábado, 20 de março de 2010

Seguindo


Tentemos
Se o Monte for alto
Se é longo o asfalto
Busquemos


Sem remorso ou culpa
Sigamos
Sem pedir desculpas
Vençamos


E pelos montes vencidos
Pelos caminhos trilhados
Apredemos
Que tentando, buscando, seguindo
Vivemos
(Josué Dantas)

Em carta a católicos irlandeses, papa pede perdão por abusos sexuais

20/03/10 - 09h11

‘Abertamente expresso a vergonha e o remorso que todos nós sentimos.’
Bento XVI ordenou ‘visita pastoral’ a dioceses e seminários na Irlanda.
Do G1, com agências internacionais

Foto: Andreas Solaro / AFP 17-03-2010

Papa Bento XVI ouve seu secretário particular Georg Gaenswein durante a audiência semanal na Praça de São Pedro (Foto: Andreas Solaro / AFP 17-03-2010)

O papa Bento XVI afirma em carta pastoral enviada aos católicos da Irlanda que os bispos daquele país cometeram “graves erros de julgamento” no que diz respeito a casos de abuso sexual cometidos por religiosos e pediu ação decisiva, honestidade e transparência.

  • Aspas Eu só posso compartilhar a consternação e o sentimento de traição que tantos entre vocês vivenciaram"
O pontífice pediu perdão às vítimas e anunciou uma investigação formal das dioceses e seminários envolvidos em escândalos sexuais. Nas últimas semanas, o Vaticano tem sido obrigado a lidar com uma série de acusações não só na Irlanda, mas também na Alemanha, Áustria e Holanda.

“Vocês sofreram gravemente e eu verdadeiramente sinto muito... Eu abertamente expresso a vergonha e o remorso que todos nós sentimos”, afirma o papa na carta pastoral. “Eu só posso compartilhar a consternação e o sentimento de traição que tantos entre vocês vivenciaram ao tomar conhecimento desses atos pecaminosos e criminosos e da forma como as autoridades eclesiásticas na Irlanda lidaram com eles”, declarou Bento XVI.

Ele anunciou uma “visita apostólica” de algumas dioceses, seminários e ordens religiosas no país, mas não respondeu à pressão para que os bispos envolvidos sejam afastados.

Visitas apostólicas são espécies de inquéritos em que inspetores encontram-se com bispos, diretores de seminários e conventos e responsáveis por paróquias para revisar a forma como certos assuntos foram conduzidos no passado. O resultado são sugestões de mudança de conduta ou até mesmo ações disciplinares.

Foto: Alessandro Bianchi / Reuters

Carta pastoral enviada aos católicos da Irlanda (Foto: Alessandro Bianchi / Reuters)

Quem são nossos pais?

Quando abrimos os olhos, neste mundo, vimos debruçados sobre nosso berço, duas pessoas especiais: nosso pai e nossa mãe.

Nos primeiros anos nos sentimos dependentes deles. E, mesmo o simples fato de eles estarem a nos olhar, se constituía em segurança para nós.

Assim, aprendemos a andar, amparados pelos seus braços. Nossos machucados receberam curativos e beijos.

Aprendemos a andar de bicicleta, enfrentamos as ondas do mar, as águas da piscina.

Suas mãos nos conduziram à escola e quando fomos ali deixados pela primeira vez, pareceu que algo se quebrou dentro de nós.

Estaríamos sendo abandonados?

Contudo, ao final do dia, retornamos ao lar e aprendemos que a escola era somente um lugar para estar algumas horas.

Era um lugar para aprender, para fazer amizades, para crescer.

Mas sempre havia um lugar para voltar: nosso lar. O aconchego da família, a segurança paterna, o carinho materno.

À medida que os anos foram se somando, deixamos de ser dependentes. Andamos com nossos pés, agimos com nossa vontade, alçamos vôos mais altos, ou rasos.

E, alguns de nós, passamos a olhar os pais de forma diferente. Quem são eles para desejarem comandar a nossa vida?

Quem são eles para dizerem o que devemos ou não fazer?

Quem são?

Nossos pais são Espíritos que, quase sempre, guardam relações afetivas conosco de longa data. Amigos que aceitam nos receber como filhos, desejando encurtar distâncias entre nós e o progresso.

Espíritos que se dispõem a nos oferecer um corpo, a nos proteger, a nos amar.

Exceções existem, é verdade. Espíritos não tão amigos que se reencontram no cadinho doméstico para ajustes do pretérito um tanto nebuloso.

Mesmo assim, eles nos moldaram um corpo, permitindo-nos a reentrada no mundo carnal, e lhes devemos ser gratos.

Mas, se desejam saber aonde vamos, com quem vamos, nesses tempos de tanta violência, é porque conosco se preocupam.

Se nos estabelecem horários para o retorno ao lar, se nos procuram quando nos retardamos, é porque a nossa segurança os preocupa.

Se insistem conosco para que estudemos mais, nos esforcemos mais, é porque, mais experientes pela maturidade que ainda não temos, nos desejam ver galgar degraus de sucesso.

Se nos impõem disciplina, se nos exigem atitudes comedidas, é porque desejam colaborar com nosso progresso.

Para isso, Deus nos confiou à sua guarda.

E porque esse compromisso está registrado em sua memória espiritual, tanto quanto pelos laços de afeto que nos unem, eles se importam conosco.

Pensemos nisso e antes de reclamarmos tanto, olhemos nossos pais com gratidão.

Vivamos com eles o melhor possível. Afinal, não estarão sempre conosco.

É possível que logo mais eles se transfiram para a espiritualidade, cumprida sua missão.

Vivamos usufruindo o melhor da sua companhia, da sua sabedoria, dos seus afagos.

Amanhã, quando não estiverem mais conosco, teremos doces lembranças para alimentar a nossa saudade.
Redação do Momento Espírita.

sexta-feira, 19 de março de 2010

Missa e procissão em honra de São José

Diário do Minho - 19.03.2010


As Festas de São José, na Póvoa de Lanhoso, têm hoje o seu dia maior com a celebração de uma missa solene, às 11h00, na igreja matriz, e a procissão em honra do santo padroeiro, marcada para as 15h30. O programa, no entanto, tem início às 08h00 com uma salva de morteiros a que se segue, uma hora depois, a abertura da Feira Franca de São José. Depois do concurso pecuário, que se realiza às 09h45, são as bandas dos Bombeiros Voluntários da Póvoa de Lanhoso e de Calvos que animam as festividades. Às 10h30 tem lugar a cerimónia do hastear da bandeira, com a presença de autoridades civis, militares e religiosas, e guarda de honra pelo Corpo Activo dos Bombeiros Voluntários. Às 14h00, a Praça Eng.º Armando Rodrigues acolhe a apresentação das bandas musicais, seguindo-se a entrada da Fanfarra dos Escuteiros de Fontarcada. Depois da procissão, actuam, pelas 17h30, as bandas de música. À noite, actua o Rancho Infantil e Juvenil da Póvoa de Lanhoso e o grupo Estrelas da Madrugada. O programa de hoje termina com um baile de gala, no Theatro Club, marcado para as 22h00.

quinta-feira, 18 de março de 2010

Carta do Papa aos católicos irlandeses será publicada no sábado

www.oreporter.com
Por Redação

CIDADE DO VATICANO, 18 MAR (ANSA) - O papa Bento XVI publicará no próximo sábado a já anunciada carta pastoral aos católicos irlandeses sobre os casos de pedofilia que envolvem religiosos do país, segundo confirmação da sala de imprensa do Vaticano.

Ontem, o Pontífice havia declarado que a missiva já está pronta e seria firmada por ele amanhã, durante a solenidade pelo dia de São José -- guardião da Sagrada Família e patrono da Igreja universal.

Um dia depois da assinatura, a Carta Pastoral do Santo Padre aos Católicos da Irlanda será difundida em inglês e italiano.

Citada pela primeira vez em 11 de dezembro, em um dos encontros mantidos com os chefes da Igreja do país europeu no Vaticano, o texto versará sobre os casos de pedofilia vindos à tona com a divulgação do relatório da Comissão Murphy, elaborado pela juíza Yvonne Murphy.

O documento, que possui mais de 700 páginas, contém provas da existência de um esquema por meio do qual sacerdotes e autoridades policiais encobriram agressões cometidas por padres e freiras de instituições católicas irlandesas entre 1930 e 1990. Os casos teriam ocorrido na arquidiocese de Dublin, uma das maiores da Europa.

Na época, ao tomar conhecimento da denúncia, o Papa se disse "chocado e angustiado" e condenou qualquer tipo de abuso contra crianças. Depois disso, diversos bispos apontados pelo relatório renunciaram a seus cargos.

Esperada inicialmente para o início da Quaresma, em meados de fevereiro, a carta chega em um momento em que as denúncias de abuso sexual se estendem também à Igreja Católica da Holanda, Áustria, Suíça e sobretudo Alemanha -- terra natal de Bento XVI.

Apesar de serem ditas aos fieis irlandeses, as palavras do Pontífice serão dirigidas a todas as comunidades que enfrentam suspeitas de pedofilia, ou pelo menos às europeias.

De acordo com a sala de imprensa do Vaticano, o texto deverá conter não somente direções e considerações religiosas, mas "indicações práticas" precisas sobre como identificar e sanar o problema, eliminando-o do futuro da Igreja Católica.

Bispos portugueses vão debater questão da pedofilia na Conferência Episcopal

RTP
A Conferência Episcopal Portuguesa garante que não tem conhecimento oficial de qualquer caso de pedofilia envolvendo padres portugueses. O porta-voz Manuel Morujão garantiu que vão ser seguidas as recomendações do Papa, a propósito dos alegados casos de abusos sexuais cometidos por membros do clero. A reacção surgiu, depois das notícias vindas a público sobre a existência de padres indiciados pelo Ministério Público.

quarta-feira, 17 de março de 2010

Bento 16 publicará carta sobre casos de pedofilia na Irlanda


17/03 - 09:23 - Agência Ansa


O papa Bento 16 anunciou nesta quarta-feira que enviará uma carta aos fiéis irlandeses na qual abordará os casos de pedofilia cometidos por sacerdotes do país.

"Como sabem, nos últimos meses a Igreja da Irlanda foi severamente abalada em consequência da crise de abusos contra menores", observou, durante a audiência geral desta quarta-feira.

"Como sinal da minha profunda preocupação, escrevi uma carta pastoral que trata desta dolorosa situação. Irei assiná-la na solenidade de São José, o guardião da Sagrada Família e patrono da Igreja universal, e enviarei [a carta] logo", informou o papa, referindo-se à cerimônia que ocorrerá no dia 19 de março.

"Eu peço para que vocês mesmos leiam, com o coração aberto e o espírito de fé. A minha esperança é que ela ajude no processo de arrependimento, cura e renovação", pediu Bento 16, discursando em inglês diante de cerca de 11 mil pessoas que compareceram nesta manhã à Praça São Pedro, no Vaticano.

Também nesta quarta-feira, o chefe da Igreja Católica irlandesa, cardeal Sean Brady, pediu desculpas por não ter denunciado o comportamento de um sacerdote acusado de cometer pedofilia em meados dos anos 1970.

Recentemente, Brady assumiu publicamente que encobriu o reverendo Brendan Smyth, mas descartou renunciar a seu cargo por conta disso.

Os casos de abusos cometidos na Irlanda por padres e freiras vieram à tona em novembro do ano passado, com a divulgação de um relatório elaborado pela juíza Yvonne Murphy.

O documento, composto por 700 páginas, contém provas da existência de um esquema por meio do qual sacerdotes e policiais encobriram casos de pedofilia que teriam sido cometidos entre 1930 e 1990.

Bento 16 se reuniu nos últimos dias 15 e 16 de fevereiro com bispos irlandeses no Vaticano. Segundo afirmou ontem o presidente da Pontifícia Academia pela Vida, Rino Fisichella, o Papa está "determinado" a adotar novas medidas contra os membros da Igreja Católica da Irlanda envolvidos em casos de abuso sexual.

Cardeal irlandês pede perdão por esconder abusos contra menores

17/03 - 10:03 - iG São Paulo

O primaz da Igreja Católica irlandesa, o cardeal Sean Brady, pediu perdão nesta quarta-feira por ter escondido os abusos contra menores cometidos por um padre pedófilo nos anos 1970.


Familiares das vítimas exigiram o afastamento de Brady de suas funções desde que a Igreja Católica da Irlanda admitiu que este havia participado de duas reuniões em 1975 em que duas supostas vítimas de abusos sexuais prometeram manter silêncio sobre o caso.

"Quero dizer a todos os que sofreram por meus erros que peço desculpas com todo o meu coração", disse o cardeal Brady na homilia que pronunciou na catedral de Armagh (Irlanda do Norte) no Dia de São Patrício, santo padroeiro da Irlanda.

"Também queria pedir desculpas a todos os que se sentem abandonados por mim. Olhando para trás, estou envergonhado de nem sempre ter defendido os valores que prego e nos quais acredito", acrescentou, segundo um comunicado da Igreja Católica irlandesa divulgado em Dublin.

O primaz da Irlanda afirmou na segunda-feira que só renunciaria se o papa Bento 16 pedisse. Segundo a Igreja Católica, o hoje cardeal Brady participou das duas reuniões de 1975 quando era padre. Nessas reuniões, duas supostas vítimas "assinaram compromissos prometendo respeitar a confidencialidade das informações", confirmou a Igreja.

As autoridades eclesiásticas investigavam então o padre Brendan Smyth, considerado responsável por abusos sexuais cometidos contra centenas de crianças durante quatro décadas e que morreu na prisão após a sua detenção nos anos 90.

Em Roma, o Papa se declarou nesta quarta-feira "profundamente preocupado" com o escândalo de abusos sexuais cometidos por sacerdotes contra centenas de crianças e adolescentes durante décadas, que foram ocultados pela hierarquia eclesiástica na Irlanda, e anunciou que na sexta-feira "assinará" uma carta aos fiéis irlandeses.

Com AFP e EFE

terça-feira, 16 de março de 2010

O Poder dos Médiuns - A ciência comprova que o cérebro deles é diferente



A edição da Revista ISTOÉ trás uma reportagem sobre Médiuns / Mediunidade.
O poder dos médiuns
Como a ciência justifica as manifestações de contato com espíritos e por que algumas pessoas desenvolvem o dom
por Suzane Frutuoso fotos Murillo Constantino
O espiritismo é seguido por 30 milhões de pessoas no mundo. O Brasil é a maior nação espírita do planeta. São 20 milhões de adeptos e simpatizantes, segundo a Federação Espírita Brasileira – no último Censo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) 2,3 milhões declararam seguir os preceitos do francês Allan Kardec, o fundador da doutrina. A mediunidade, popularizada pelas psicografias de Chico Xavier, em Uberaba (MG), ganhou visibilidade nos últimos anos na mesma proporção em que cresceu o espiritismo. Mas nada se compara ao poder da mídia atual, que permite debater os ensinamentos da religião por meio de livros, programas de tevê e rádio. Os romances com temática espiritualista de Zíbia Gasparetto, por exemplo, são presença constante nas listas de mais vendidos.
Embora não haja estatísticas de quantos entre os praticantes são médiuns, o que se observa é uma quantidade maior de pessoas que afirmam possuir o dom. O interesse pela religião codificada por Kardec é confirmado pelo recorde de público do filme Bezerra de Menezes – o diário de um espírito, do cineasta Glauber Filho: 250 mil espectadores, desde o lançamento nos cinemas, em 29 de agosto. Um número alto para uma produção nacional. O longa, com o ator Carlos Vereza (também praticante do espiritismo) no papel-título, conta a história do cearense que ficou conhecido como "médico dos pobres", se tornou ícone da doutrina e orienta médiuns em centenas de centros a se dedicar ao bem e à caridade.
PSICOGRAFIA
Instrumento por meio dos livros

A psicóloga Marilusa Vasconcelos, 65 anos, de São Paulo, é conhecida no espiritismo pela sua vasta literatura psicografada. Em 40 anos de dedicação à mediunidade, publicou 61 livros. Seu orientador é o espírito do poeta Tomás Antonio Gonzaga, que participou da Inconfidência Mineira. A dedicação à psicografia levou Marilusa a fundar em 1985 a Editora Espírita Radhu, sigla para renúncia, abnegação, desprendimento e humildade, a base dos ensinamentos na doutrina. Ela reúne outros dons, como ouvir, falar e enxergar espíritos e ser instrumento deles na pintura mediúnica. "Os vários tipos surgiram desde a infância", conta Marilusa, que nasceu numa família espírita. "O controle da mediunidade é indispensável. O médium não é joguete do espírito. Eles interagem, num acordo mútuo de tarefa."
Os espíritas dizem que todas as pessoas têm algum grau de mediunidade. Qualquer um seria capaz de emitir pensamentos em forma de ondas eletromagnéticas que chegariam a outros planos. O que torna algumas pessoas especiais, segundo os praticantes, a ponto de se transformarem em canais de comunicação com os mortos, é uma missão – designada antes mesmo de nascerem, determinada por ações em vidas anteriores e que tem na caridade o objetivo final. "É uma tarefa em favor da evolução de si mesmo e da ajuda ao próximo", diz Julia Nesu, diretora do departamento de doutrina da União das Sociedades Espíritas do Estado de São Paulo. Fenômenos relacionados a pessoas que falavam com mortos e envolvendo objetos que se mexiam são relatados desde o século XVII, tanto na Europa quanto nas Américas, mas hoje cientistas tentam compreender o fenômeno. Algumas linhas de pesquisa mostram que o cérebro dos médiuns é diferente dos demais.
São cinco os meios de expressão da mediunidade. A psicografia, que consagrou Chico Xavier, é a mais conhecida. Nela, o médium escreve mensagens e histórias que recebe de espíritos. Estaria sob o controle deles o que as mãos transcrevem. A vidência permite enxergar os mortos que não conseguiram se desvencilhar da Terra ao não aceitarem a morte ou que aparecem para enviar recados a entes queridos. Na psicofonia, o sensitivo é capaz de ouvir e reproduzir o que os espíritos dizem e pedem. A psicopictografia, ou pintura mediúnica, permite ao médium ser instrumento de artistas desencarnados (termo usado pela doutrina para designar mortos). A mediunidade da cura é responsável pelas chamadas cirurgias espirituais. Não é incomum um mesmo indivíduo reunir mais de um tipo de dom.

VIDÊNCIA
Ver e auxiliar aqueles que estão em outro plano

Aos cinco anos, o chefe de faturamento hospitalar Ivanildo Protázio, de São Paulo, 49 anos, pegava no sono com o carinho nos cabelos que uma senhora lhe fazia todas as noites. Descobriu tempos depois que era a avó, morta anos antes. Aos 19 anos, os espíritos já se materializavam para ele.
"Nunca tive medo. Sempre me pareceu natural." A mãe, que trabalhava na Federação Espírita, o encaminhou para as aulas em que aprenderia a lidar com o dom. Hoje, Protázio é professor de educação mediúnica. Essa é uma parte da sua missão. A outra é orientar os espíritos que lhe pedem auxílio para entender o que aconteceu com eles. A oração é o remédio. "Os espíritos superiores me ensinaram a importância da caridade para nossa própria evolução."
A reportagem de ISTOÉ presenciou uma manifestação mediúnica em Indaiatuba, interior de São Paulo. O tom de voz baixo e os gestos delicados de Solange Giro, 46 anos, sugeriam que ela carrega certa timidez ao expor a própria vida numa conversa com um estranho. Cerca de duas horas depois, porém, é difícil acreditar no que os olhos vêem. Diante de uma tela em branco, sobre uma mesa improvisada com dezenas de tubos de tinta, a mulher começa a pintar um quadro na seqüência de outro. O tempo gasto em cada um não passa de nove minutos. As obras são coloridas e harmoniosas. "Nunca fiz aula de artes. Mal conseguia ajudar meus filhos com os desenhos da escola", diz, minutos antes da apresentação. A discreta Solange dá lugar a uma pessoa que fala alto, canta e encara os interlocutores nos olhos, com ar desafiador. A assinatura nas telas não leva seu nome, mas de artistas famosos – e já mortos –, como Monet, Mondrian e Tarsila do Amaral. Seria uma interpretação digna de uma atriz? Talvez. O que difere o momento de uma encenação é subjetivo e dá margem a dezenas de explicações – convincentes ou não. Talvez seja possível encontrar respostas no que a artista diz a cada uma das pessoas da platéia presenteadas com um dos dez quadros produzidos na noite. Enquanto entregava a obra, ela desferia características e situações de vida de cada um absolutamente desconhecidas dela. O mentor que a guia é o médico holandês Ernst, que viveu no século XVII. A sensitiva garante que era ele, não ela, quem estava presente na pintura dos quadros.
Nem sempre é fácil aceitar a mediunidade, que pode causar medo quando começa a se manifestar. "Ainda hoje não gosto quando vejo o possível desencarne de alguém. Nestas horas, preferia não saber", conta a psicóloga Marilusa Moreira Vasconcelos, 65 anos, de São Paulo, que psicografa. O médium de cura Wagner Fiengo, analista fiscal paulistano, 37 anos, chegou a se afastar da doutrina. "Aos 13 anos não entendia por que presenciava aquilo." Para manter a sanidade e o equilíbrio, as pessoas que possuem dons e querem fazer parte da religião espírita precisam se dedicar à educação mediúnica. O curso leva cinco anos. Inclui os ensinamentos que Allan Kardec compilou no Livro dos Espíritos – a obra que deu base ao entendimento da doutrina – e no Livro dos Médiuns – que explica quais são os tipos de mediunidade, como eles se manifestam e os cuidados a serem tomados. Entre eles, o combate a falhas de comportamento, como vaidade, orgulho e egoísmo. O Espiritismo prega que as imperfeições da personalidade atraem espíritos com a mesma vibração. "O pensamento é tudo. Aqueles que pensam positivo atrairão o que é semelhanteO mesmo acontece com o pensamento negativo e os vícios. Quem gosta de beber, por exemplo, chama a companhia de espíritos alcoólatras", afirma o professor de educação mediúnica Ivanildo Protázio, 49 anos, de São Paulo, que tem o dom da vidência.
PSICOFONIA
Falar o que os espíritos querem dizer

A intuição do servidor público Geraldo Campetti, 42 anos, de Brasília,
começou na infância. Ele tinha percepções inexplicáveis, das quais mais ninguém se dava conta. Era como se absorvesse sentimentos que não eram seus. Apenas identificava que existia algo além do que seus olhos enxergavam. Até que as sensações começaram a tomar forma. Campetti passou a ouvir súplicas de ajuda. De espíritos, inconformados com a morte. Aos 29 anos, não se assustou. De família espírita, conhecia a mediunidade. "Mas sabia que precisava estudar para manter o equilíbrio", diz. Hoje diretor da Federação Espírita Brasileira, afirma ter controle sobre o dom de ouvir e transmitir recados dos mortos. Eventualmente, um espírito pede uma mensagem à pessoa com quem ele conversa. "Isso é espontâneo, não da minha vontade."
Imaginar que convivemos no cotidiano com pessoas que estão mortas vai além da compreensão sobre a vida – pelo menos para quem não acredita em reencarnação. Mas até na ciência já existem aqueles que conseguem casar racionalidade com dons espirituais. Esses especialistas afirmam que a mediunidade é um fenômeno natural, não sobrenatural. E que o mérito de Allan Kardec foi explicar de maneira didática o que sempre esteve presente – e registrado – desde a criação do mundo em todas as religiões. O que seria, dizem os defensores da doutrina, a anunciação do Anjo Gabriel a Maria, mãe de Jesus, se não um espírito se comunicando com uma sensitiva?
Apesar desse contato constante, os mortos, ou desencarnados, como preferem os espíritas, não aparecem em "carne e osso". A ligação com o mundo dos vivos seria possível graças ao perispírito, explica Geraldo Campetti, diretor da Federação Espírita Brasileira. "Ele é o intermediário entre o corpo e o espírito. A polpa da fruta que fica entre a casca e o caroço." O perispírito seria formado por substâncias químicas ainda desconhecidas pelos pesquisadores terrenos, garantem os adeptos do espiritismo. "É a condensação do que Kardec batizou como fluido cósmico universal", afirma o neurocirurgião Nubor Orlando Facure, diretor do Instituto do Cérebro de Campinas. Nas quatro décadas em que estuda a manifestação da mediunidade no cérebro, Facure mapeou áreas cerebrais que seriam ativadas pelo fluido.
CURA Cirurgias sem dor nem sangue
O primeiro espírito a se materializar para o analista fiscal Wagner Fiengo, 37 anos, de São Paulo, foi de um primo. Ele tinha dez anos, teve medo e se afastou. Mas, na juventude, um tio, seguidor da doutrina, avisou que era hora de ele se preparar para a missão que lhe fora reservada. Por meio da psicografia, seu guia espiritual, o médico Ângelo, informou que teriam um compromisso: curar pessoas. Ele não foi adiante. Uma pancreatite surgiu sem que os médicos diagnosticassem os motivos. Há quatro anos, seu guia explicou que as doenças eram ajustes a erros que Fiengo havia cometido numa vida passada. A missão era a forma de equilibrar a saúde e a alma. Em 2004, iniciou as cirurgias espirituais. Ele diz que não é uma substituição ao tratamento convencional. "É um auxílio na cura de fatores emocionais e físicos."
Comprovar cientificamente a mediunidade também é objetivo do psiquiatra Sérgio Felipe Oliveira, professor de medicina e espiritualidade da Faculdade de Medicina da USP e membro da Associação Médica-Espírita de São Paulo. Com exames de tomografia, ele analisou a glândula pineal (uma parte do cérebro do tamanho de um feijão) de cerca de mil pessoas. "Os testes mostraram que aqueles com facilidade para manifestar a psicografia e a psicofonia apresentam uma quantidade maior do mineral cristal de apatita na pineal", afirma Oliveira. Ele também atende, no Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas de São Paulo, casos de pacientes de doenças como dores crônicas e epilepsia que receberam todos os tipos de tratamento, não tiveram melhora e relatam experiências ligadas à mediunidade. "Somamos aos cuidados convencionais, como o remédio e a psicoterapia, a espiritualidade, que vai desde criar o hábito de orar até a meditação. E os resultados têm sido positivos." Uma pesquisa de especialistas da USP e da Universidade Federal de Juiz de Fora, publicada em maio no periódicoThe Journal of Nervous and Mental Disease, comparou médiuns brasileiros com pacientes americanos de transtorno de múltiplas personalidades (caracterizado por alucinações e comportamento duplo). Eles concluíram que os médiuns apresentam prevalências inferiores de distúrbios mentais, do uso de antipsicóticos e melhor interação social.
A maior parte dos cientistas acredita que a mediunidade nada mais é do que a manifestação de circuitos cerebrais. Alguns já seriam explicáveis, como os estados de transe. Pesquisas da Universidade de Montreal, no Canadá, e da Universidade da Pensilvânia, nos Estados Unidos, comprovaram que, durante a oração de freiras e monges católicos, a área do cérebro relacionada à orientação corporal é quase toda desativada, o que justificaria a sensação de desligamento do corpo. Os testes usaram imagens de ressonâncias magnéticas e tomografias feitas no momento do transe.
A teoria seria aplicável ao transe mediúnico, quando o médium diz incorporar o espírito e não se lembra do que aconteceu. Pesquisadores da Universidade de Southampton, na Inglaterra, estudaram pessoas que estiveram entre a vida e a morte e relataram se ver fora do próprio corpo durante uma operação ou entrando em contato com pessoas mortas. Os estudiosos concluíram se tratar de um fenômeno fisiológico produzido pela privação de oxigênio no cérebro. Trabalhando sob stress, o órgão seria também inundado de substâncias alucinógenas. As imagens criadas pela mente seriam apenas a retomada de percepções do cotidiano guardadas no inconsciente.

PSICOPICTOGRAFIA
Milhares de quadros pintados

Criada numa família católica, Solange Giro, 46 anos, de Parapuã, interior de São Paulo, teve o primeiro contato com o espiritismo aos 20 anos, ao conhecer o marido. Ele, que perdera uma noiva, buscava o entendimento da morte. Já casada e com dois filhos, passou a sofrer de depressão. Encontrou alívio na desobsessão (trabalho que libertaria a pessoa de um espírito que a domina). A mediunidade dava os primeiros sinais. Logo passou a ouvir e ver espíritos. O dom da psicografia veio em seguida. Era um treino para ser iniciada na pintura mediúnica. "Pintei cinco mil quadros no primeiro ano. Estão guardados. Não tive autorização para mostrálos", conta Solange, que diz nunca ter estudado artes. Nos últimos 13 anos, ela recebeu aval de seu mentor para vender os quadros. O dinheiro é revertido para a caridade.
O psiquiatra Sérgio Felipe Oliveira rebate a incredulidade. "Se uma pessoa está em cirurgia numa sala e consegue descrever em detalhes o que ocorreu em um ambiente do outro lado da parede, é possível ser apenas uma sensação?" Essa é uma pergunta que nenhuma das frentes de pesquisa se arrisca – ou consegue – a responder com exatidão. Da mesma maneira que todos os presentes à sessão de pintura em Indaiatuba saíram atônicos, sem conseguir explicar como alguém que conheceram numa noite foi capaz de decifrar suas angústias mais inconfessáveis.

domingo, 14 de março de 2010

SONETO AO SAMU

SAMU que cuida do povo
SAMU que está na avenida
SAMU na rua de novo
SAMU que cuida de vida

SAMU com seus atributos
SAMU com os seus guerreiros
SAMU que em 30 minutos
SAMU que chega primeiro

SAMU que às vezes me acalma
SAMU que às vezes me traz
SAMU que sempre me guia

SAMU, SAMU desta via
SAMU de guerra e de paz
SAMU de corpo e de alma.

(Josué Dantas)

sexta-feira, 12 de março de 2010

PAPA APROVA MEDIDAS DA IGREJA ALEMÃ CONTRA PEDOFILIA, DIZ BISPO

Ansalatina
CIDADE DO VATICANO, 12 MAR (ANSA) - O presidente da Conferência Episcopal Alemã (DBK, na sigla em alemão), Robert Zollitsch, afirmou que o papa Bento XVI aprovou as medidas que a Igreja do país tomará quanto às denúncias de pedofilia que envolvem seus membros.
O bispo falou à imprensa após participar de uma audiência com o papa Bento XVI, durante a qual os dois discutiram os casos de abusos sexuais contra crianças e jovens divulgados recentemente e que envolvem sacerdotes alemães.
"Estou transtornado com o que aconteceu e pelos atos de violência contra os menores. Peço desculpas às vítimas dos crimes de pedofilia", declarou Zollitsch.
"Informei o Santo Padre das medidas que estamos adotando", continuou o presidente da DBK, citando o encontro de hoje.
Conforme explicou o bispo, Bento XVI escutou "com grande angústia, atento interesse e profunda comoção" a relação de casos de "assédios pedagógicos e abusos sexuais" ocorridos na Alemanha.
O Papa "é favorável às nossas iniciativas, mas não sabemos se serão estendidas a outros países", explicou Zollitsch, afirmando que isso dependeria de decisão da Congregação para a Doutrina da Fé.
"Todos os números provam que o problema dos abusos contra menores não se refere somente à Igreja Católica. Mas não há na Alemanha outro grupo que tenha normas tão severas", garantiu o religioso. "Os procedimentos por nós adotados têm dado ótimos resultados nos últimos oito anos", completou.
As principais denúncias envolvendo sacerdotes alemães se referem a episódios de pedofilia que teriam ocorrido em escolas jesuítas nas décadas de 1970 e 1980 e no coro de rapazes da catedral de Regensburg, que foi dirigido pelo irmão do Pontífice, Georg Ratzinger, durante trinta anos.
Após a reunião com o presidente da DBK, Bento XVI recebeu em audiência participantes do Congresso Teológico Internacional "Fidelidade de Cristo, fidelidade do Sacerdote". Na ocasião, ele discursou reafirmando o caráter sagrado do celibato, mas sem fazer qualquer referência às denúncias de abuso sexual.
Anteriormente, a Santa Sé já havia anunciado que não divulgaria nenhum comunicado sobre a reunião mantida entre o Papa e Zollitsch. (ANSA)
12/03/2010 10:08

quinta-feira, 11 de março de 2010

Santa Sé: não focalizar só na Igreja as acusações de abusos

Apoia a forma como a Igreja na Europa está enfrentando esta ampla questão

CIDADE DO VATICANO, terça-feira, 9 de março de 2010 (ZENIT.org).- Os abusos a menores por parte de responsáveis eclesiais são especialmente reprováveis, mas a questão é mais ampla e focalizar as acusações na Igreja falseia a perspectiva.

Esta foi a advertência do porta-voz da Santa Sé, Federico Lombardi, SJ, em uma nota lida diante dos microfones da Rádio Vaticano, com relação ao debate sobre os abusos sexuais a menores de idade.

“Certamente, os erros cometidos nas instituições e por responsáveis eclesiais são particularmente reprováveis, dada a responsabilidade educativa e moral da Igreja”, indicou.

“Mas todas as pessoas objetivas e informadas sabem que a questão é muito mais ampla e concentrar as acusações somente na Igreja leva a falsear a perspectiva”, acrescentou.

O Pe. Lombardi ilustrou esta realidade com um exemplo dado recentemente pelas autoridades da Áustria.

Segundo estas, “em um mesmo período, os casos encontrados em instituições vinculadas à Igreja foram 17, enquanto se produziram outros 510 em outros ambientes”, explicou o porta-voz vaticano, acrescentando que “seria bom preocupar-se também com estes”.

A nota indica que, contra os abusos, a Igreja elabora as respostas apropriadas, que se inserem “em um contexto e em uma problemática mais ampla, que se refere à proteção – das crianças e jovens – dos abusos sexuais na sociedade”.

O Pe. Lombardi se referiu à iniciativa, promovida pelo Ministério da Família da Alemanha, de convocar uma mesa redonda das diversas realidades educativas e sociais para enfrentar a questão a partir de uma perspectiva complexa e adequada.

“A Igreja está naturalmente disposta a participar e comprometer-se – indicou. Provavelmente, sua dolorosa experiência pode ser uma contribuição útil também para os demais.”

“A chanceler, Sra. Merkel, reconheceu justamente a Igreja na Alemanha pelo seu compromisso sério e construtivo”, acrescentou.

O porta-voz vaticano também destacou que “a Igreja vive inserida na sociedade civil e nela assume sua responsabilidade, ainda que também tenha seu ordenamento específico diverso, o ‘canônico’”.

Federico Lombardi iniciou sua nota com uma referência aos abusos sexuais a menores cometidos em instituições gestionadas por entidades eclesiásticas e por pessoas com responsabilidade na Igreja, particularmente sacerdotes, na Irlanda.

E explicou que o Papa, após reunir-se com os mais altos representantes do episcopado e depois com todos os bispos ordinários da Irlanda, “prepara a publicação de uma carta sobre o tema para a Igreja na Irlanda”.

Logo depois, o sacerdote abordou o debate sobre abusos sexuais a menores que, nas últimas semanas, está envolvendo a Igreja na Alemanha, Áustria e Holanda.

Sobre estes casos, o porta-voz avaliou as atuações para enfrentar os abusos, levadas a cabo pelas principais instituições eclesiásticas envolvidas: as conferências episcopais da Alemanha, Áustria e Holanda e a província alemã dos jesuítas.

A Santa Sé considera que estas “decidiram manifestar-se sobre o problema de maneira oportuna e com decisão”.

“Demonstraram sua vontade de transparência – continua a nota; de certa forma, aceleraram o surgimento do problema convidando as vítimas a falarem, também quando se tratava de casos antigos.”

O Pe. Lombardi prosseguiu destacando que “agindo assim, enfrentaram os problemas ‘com o pé direito’, porque o ponto de partida correto é o reconhecimento do que ocorreu e a preocupação pelas vítimas e as consequências dos atos cometidos contra elas”.

“Além disso – acrescentou –, levaram em consideração as ‘Diretivas’ já existentes ou previram novas indicações operativas para levar a cabo também a estratégia de prevenção.”

Federico Lombardi afirmou que “não se pode negar a gravidade da aflição que a Igreja está atravessando”.

E concluiu destacando que “não se pode renunciar a fazer tudo o que for possível para obter finalmente também resultados positivos, de melhor proteção da infância e da juventude na Igreja e na sociedade, e de purificação da própria Igreja”.

quarta-feira, 10 de março de 2010

Evangelho segundo São Mateus 5, 17-19
Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos: 17Não julgueis que vim abolir a lei ou os profetas


Quarta-feira, 10 de março de 2010.

SANTO DO DIA: São João Ogilvie; São Macário, Bispo


Primeira Leitura: Deuteronômio 4, 1.5-9
Leitura do livro do Deuteronômio:

Moisés falou ao povo dizendo, 1E agora, ó Israel, ouve as leis e os preceitos que hoje vou ensinar-vos. Ponde-os em prática para que vivais e entreis na posse da terra que o Senhor, Deus de vossos pais, vos dá. 5Vede: ensinei-vos leis e ordenações, conforme o Senhor, meu Deus, me ordenou, a fim de as praticardes na terra que ides possuir. 6Observai-as, praticai-as, porque isto vos tornará sábios e inteligentes aos olhos dos povos, que, ouvindo todas essas prescrições, dirão: eis uma grande nação, um povo sábio e inteligente. _ 7Haverá, com efeito, nação tão grande, cujos deuses estejam tão próximos de si como está de nós o Senhor, nosso Deus, cada vez que o invocamos? 8Qual é a grande nação que tem mandamentos e preceitos tão justos como esta lei que vos apresento hoje? 9Guarda-te, pois, a ti mesmo: cuida de nunca esquecer o que viste com os teus olhos, e toma cuidado para que isso não saia jamais de teu coração, enquanto viveres; e ensina-o aos teus filhos, e aos filhos de teus filhos.

- Palavra do Senhor.
- Graças a Deus

SALMO 147

Glorifica o Senhor, Jerusalém! Ó Sião, canta louvores ao teu Deus! Pois reforçou com segurança as tuas portas e os teus filhos em teu seio abençoou.

R: Glorifica o Senhor, Jerusalém!

Ele envia suas ordens para a terra, e a palavra que ele diz corre veloz. Ele faz cair a neve como lã e espalha a geada como cinza.

R: Glorifica o Senhor, Jerusalém!

Anuncia a Jacó sua palavra, seus preceitos e suas leis a Israel. Nenhum povo recebeu tanto carinho, a nenhum outro revelou os seus preceitos.

R: Glorifica o Senhor, Jerusalém!



Evangelho de Jesus Cristo segundo São Mateus 5, 17-19
Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo, segundo São Mateus:

Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos: 17Não julgueis que vim abolir a lei ou os profetas. Não vim para os abolir, mas sim para levá-los à perfeição. 18Pois em verdade vos digo: passará o céu e a terra, antes que desapareça um jota, um traço da lei. 19Aquele que violar um destes mandamentos, por menor que seja, e ensinar assim aos homens, será declarado o menor no Reino dos céus. Mas aquele que os guardar e os ensinar será declarado grande no Reino dos céus.

- Palavra da salvação.
- Glória a Vós, Senhor


Comentário ao Evangelho do dia feito por
Santo Hilário (c. 315-367), Bispo de Poitiers e Doutor da Igreja
Comentário ao evangelho de Mateus, 4, 14-15

Cristo é o cumprimento das Escrituras

«Não vim abolir, mas cumprir». A força e o poder destas palavras do Filho de Deus encerram um profundo mistério.

A Lei, com efeito, prescrevia obras, mas orientava-as a todas para a fé em realidades que seriam manifestadas em Cristo; porque o ensino e a Paixão do Salvador são a grande e misteriosa intenção da vontade do Pai. A Lei, sob o véu das palavras inspiradas, anunciou o nascimento do Senhor Jesus Cristo, a Sua encarnação, a Sua paixão, a Sua ressurreição; os profetas, bem como os apóstolos, ensinam-nos repetidamente que, desde toda a eternidade, todo o mistério de Cristo foi preparado para ser revelado no nosso tempo. [...]

Cristo não quis que pensássemos que as Suas próprias obras continham outra coisa que as prescrições da Lei. Foi por isso que Ele próprio afirmou: «Não vim abolir, mas cumprir». O céu e a terra [...] devem desaparecer, mas nem o menor mandamento da Lei desaparecerá, porque em Cristo toda a Lei e todos os profetas encontram a sua realização. No momento da Sua Paixão, [...] Ele declarou: «Tudo está consumado» (Jo 19, 30). Nesse momento, todas as palavras dos profetas receberam a sua confirmação.

É por isso que Cristo afirma que nem o mais pequeno dos mandamentos de Deus pode ser abolido sem ofender a Deus. [...] Nada pode ser mais humilde que a coisa mais pequena. E a mais humilde de todas foi a Paixão do Senhor e a Sua morte na cruz.
Arautos do Evangelho

Quase um milhão de espanhóis marcharam contra lei do aborto e pelo direito à Vida

MADRI, 08 Mar. 10 / 03:41 pm (ACI).- Quase um milhão de espanhóis saíram este domingo às ruas das diversas cidades do país para defender o direito do não nascido e para exigir ao governo socialista de Rodríguez Zapatero a derrogação da “Lei de Saúde Sexual e Reprodutiva e da Interrupção Voluntária da Gravidez”, a lei do aborto aprovada pelo Senado e finalmente assinada pelo Rei Juan Carlos.
302 Associações pró-vida convocaram a imponente “Marcha Internacional pela Vida 2010″ celebrada simultaneamente na maior parte das capitais de províncias da Espanha.
A mais importante das manifestações teve lugar sem dúvida em Madrid, onde mais de 600.000 pessoas, muitas delas famílias inteiras, marcharam entre a Plaza Cibeles e a Porta do Sol com camisetas vermelhas, globos e cartazes. O ato em Madrid concluiu com a leitura, pela jornalista Sonsoles Calavera, do manifesto que exige a derrogação da nova Lei de Saúde Sexual e Reprodutiva e Interrupção Voluntária da Gravidez.
Outras 10.000 pessoas se concentram em Castilla e León, em um clima pacífico e familiar, para protestar contra a recente aprovação na Espanha da lei do aborto mais permissiva da Europa. A mobilização mais numerosa da província teve lugar em Burgos, onde se reuniram 5.000 pessoas, seguida de Soria, com 1.500.
Em Sevilha, ao sul do país, mais de 7,000 manifestantes convocados por todas as irmandades e confrarias de Sevilha se concentraram este domingo em Sevilha para a “III Marcha pela Vida” local, para defender os direitos da mulher grávida e dos não-nascidos e exigir a derrogação da “Lei Orgânica de Saúde Sexual e Reprodutiva e da Interrupção Voluntária da Gravidez”.
Outras 5.000 partiram nas principais cidades da Galícia (La Coruña, Vigo, Pontevedra e Ferrol), enquanto que Barcelona foi cenário da concentração para reivindicar a defesa do direito à vida das crianças não nascidas e rechaçar a nova Lei do aborto.
Mais de 3.000 pessoas encheram a praça Bonanova e seus arredores em Barcelona levando numerosos cartazes, pôsteres e globos; enquanto no estrado se alternavam várias intervenções e atuações dirigidas às crianças.
Tania Fernández, da plataforma “Direito a Viver”, recordou em Barcelona que em 8 de março é o Dia Internacional da Mulher e destacou que o aborto é também “violência contra as mulheres grávidas e as meninas que representam mais da metade de abortos que se produzem”.

segunda-feira, 8 de março de 2010

Não sei o quanto de mim sou mulher

(Ricardo Cabús)


Não sei o quanto de mim sou mulher

Se na lágrima que deita calada

numa manhã cinzenta

Se na inconstância do desejo

que nuveia a tristeza



Não sei o quanto de mim sou mulher

Se no querer-me livre

assim como os outros

Se no querer-me onipresente

assim como Ele

Não sei...



Sei que de tanto gostar

carregá-la em mim

faz-me feliz

Mosteiro de São Bento- Curiosidades




                                          
 
Relógio existente no refeitório do Mosteiro de São Bento de Sorocaba( abaixo a tradução do que está escrito em latim)Todas as (horas)ferem;(mas) a última mata.
Para provar que o tempo é inexorável

São Bento
Bento nasceu de nobre família romana, tendo como irmã gêmea, Santa Escolástica, que desde muito jovem consagrou-se à Igreja Católica.                                     
Ainda criança o próprio Bento foi encaminhado para Roma, na companhia de uma aia, destinado aos estudos para tornar-se funcionário, ocupação privilegiada reservada aos nobres de sólida formação. Roma vivia seus últimos tempos de potência dominadora, em franca decadência, sofrendo invasões de bárbaros e vândalos.

Bento não apreciou o que viu e também não sentiu estímulo nos estudos. Completando-os, logo retirou-se para a aldeia de Enfide e, por fim, viveu na solidão, durante anos, numa gruta nas encostas íngremes das montanhas de Subiaco.

Ali iniciou a vida monástica. Depois, viveu experiências na companhia de outros monges, demonstrando evolução espiritual no trato com seus pares, operando impressionantes milagres, difundidos pelas pessoas do povo. Fundou, por volta do ano 529, no Monte Cassino, o monastério que deu origem à Ordem Beneditina e, após, mais 12 mosteiros com escolas para crianças, exercendo enorme influência nas ordens monásticas do seu tempo. 

As Regras constituem sua obra reformadora. O biógrafo de São Bento foi o Papa Gregório Magno, homem de grande cultura e sabedoria, que conviveu com os primeiros discípulos do santo, relatando o que sabia dele na conhecida obra Diálogos.

terça-feira, 2 de março de 2010

Fisiologia do Pensamento

Por Graça Menezes


O fluido mental é formado por partículas que tem suas características próprias, como sugere a activação mental visibilizada pela tomografia por emissão de positrões.

Dentro de uma visão global do Homem podemos resumidamente considerar uma interação em "via de mão dupla" que vai do espírito para o perispírito, do perispírito para o sistema nervoso, que por sua vez transmite às glândulas endócrinas, que por fim expressam a vontade do espírito para todo o corpo físico. Assim como, as sensações físicas percorrem o caminho inverso impressionando, por sua vez, o princípio inteligente.

Esta é uma visão abrangente, contudo reducionista da integração espírito-corpo, mas que deixa claro o papel do sistema nervoso como receptor principal, em relação a matéria, da vontade do espírito.

Na codificação encontramos a explicação de que o perispírito é ligado ao corpo físico célula a célula, expressão esta lembrada e detalhada por André Luiz, na sua obra. No entanto, apesar desta total ligação perispírito-corpo, existem pontos específicos de ligação para a manifestação do espírito, e estes pontos estão no sistema nervoso, traduzido pelo neurônio que encerra nos corpúsculos de Nissi a energia nutritiva emanada do plano espiritual; no pigmento ocre de lipofuscina o fator de fixação perispirítico, que liga o perispírito de forma mais ou menos intensa dependendo do grau de evolução do espírito e sua relação mais ou menos intensa com o plano material; e, finalmente, nas mitocôndrias neuronais o canal receptor dos comandos espirituais.

Temos ainda nessa interface a glândula epífise ou pineal como receptor capaz de detectar informações do plano espiritual e as emanações magnéticas do plano material, servindo de antena poderosa que informa o espírito encarnado do plano etérico, glândula esta, diretamente ligada ao centro de força coronário que se encontra no duplo etérico, formando assim a interface espírito-corpo.

O centro coronário por sua vez, utiliza-se do centro frontal, que está diretamente relacionado à glândula hipófise, e através desta transmite os avisos, impulsos, ordens e sugestões mentais aos órgãos, tecidos e células.

Por este sistema verte o fluído mental, secreção da mente, e não do cérebro, que se difunde pelos caminhos neurais a todo o córtex, via glândula pineal, e posteriormente a todo corpo biológico por ação glandular e nervosa.

Quanto ao fluido mental, pode ser denominado de "matéria-psí", visto que o pensamento é matéria, formado por partículas que tem suas características próprias, como sugere a ativação mental visibilizada pela tomografia por emissão de pósitrons (PET-Scan), demarcando áreas específicas do cérebro em funcionamento conforme a utilização da mente seja para ouvir, ver ou raciocinar. São estas características que organizam a psicosfera, ou halo psíquico e conseqüentemente o corpo físico, trazendo harmonia ou desequilíbrio de acordo com o seu emprego.

As partículas dessa "matéria-psi" são manipuláveis e compõe elementos "vivos" de pensamento com comportamento e trajetória de acordo com os sentimentos de inteligência que os conduz.

O pensamento influi e comanda, modelado pela vontade do espírito, agindo sobre si mesmo, ou sobre o objetivo ao qual se destina.

De onde conclui-se que o corpo biológico reflete a psicosfera, que influi, sem dúvida, na saúde física de forma positiva ou negativa a depender da qualidade da "matéria-psi" que venhamos a emanar. Logo, o aforismo “Mente sã em corpo são" mais representativo seria como "Corpo são em mente sã".

Médica especialista em Cardiologia com sub-especialização em Arritmologia. Pós-graduada pela Universidade de Barcelona, Espanha e Vice-Presidente da AME Porto – Associação Médico-Espírita da Área Metropolitana do Porto.
Forumespirita