domingo, 27 de dezembro de 2009

Magistratura vaticana decidirá sobre mulher que derrubou o Papa


Agência ANSA

VATICANO - O porta-voz da Santa Sé, padre Federico Lombardi, informou que a suíço-italiana Susanna Maiolo, que na quinta-feira causou um pequeno tumulto ao derrubar o papa Bento XVI momentos antes da Missa do Galo, será submetida à magistratura vaticana, à qual caberá decidir sobre eventuais punições.

O caso, disse o sacerdote, permanece sob a jurisdição da magistratura vaticana, e caberá ao promotor de justiça decidir, nos próximos dias, o que será feito, considerando os informes da polícia e dos médicos que atenderam Maiolo.

A suíço-italiana, que foi presa logo após o incidente e transferida a um centro médico, está agora no hospital Angelucci di Subiaco, a 70 quilômetros de Roma, onde é submetida a um tratamento psiquiátrico obrigatório e deverá permanecer por pelo menos uma semana.

Na quinta-feira, noite de Natal, ela conseguiu saltar a divisão que isolava o espaço destinado aos fiéis e avançou na direção do Papa, que se aproximava do altar da Basílica de São Pedro para rezar a missa.

Embora tenha sido interceptada por um segurança, ela pôde puxar Bento XVI, que foi ao chão. Apesar do susto, o Santo Padre, de 82 anos, reergueu-se rapidamente e presidiu a celebração sem qualquer contratempo.

No entanto, o cardeal francês Roger Etchegaray, que tem 87 anos e também caiu na confusão, quebrou o fêmur e passará amanhã por cirurgia.

Aos policiais que a interrogaram e médicos que prestaram atendimento, Maiolo disse que não tinha a intenção de ferir o Papa, mas apenas de tocá-lo. O Vaticano, porém, informou que ela demonstrou sinais de "instabilidade psicológica".

A imprensa suíça informou que Maiolo é natural da comuna de Frauenfeld, capital do cantão da Turgóvia, onde vivem 20 mil habitantes, e já passou dois anos internada em um centro psiquiátrico.

O diretor da comunidade psiquiátrica Wohngruppe Kanzler, situada em Frauenfeld, Rolf Kessler, disse estar "chocado e consternado" com o tumulto causado por ela.

- Vi pela internet as imagens da noite de Natal na Basílica de São Pedro e fiquei sem palavras - afirmou.

Segundo o médico, Susanna Maiolo deixou a comunidade psiquiátrica há um ano e meio e nunca causou problemas no período em que esteve internada.

Sobre os motivos que teriam levado a mulher, de 25 anos, a avançar sobre o Papa, o médico afirmou que sua fé "não é diferente da média, e certamente não tão forte para que seja considerada uma maníaca religiosa que poderia fazer um gesto desse".

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