Fonte:Zenit
Em mensagem para o Dia de Portugal, D. Antônio Vitalino advoga pela unidade
LISBOA, terça-feira, 9 de junho de 2009 (ZENIT.org).- O responsável na CEP (Conferência Episcopal Portuguesa) pela Comissão da Mobilidade Humana, Dom António Vitalino, pede a difusão de uma “mentalidade fraterna” no Dia de Portugal (10 de junho), como forma de promover a unidade e a igualdade.
O bispo de Beja divulgou uma mensagem esta terça-feira, na véspera do dia de Camões e das comunidades portuguesas, onde recorda que “cerca de um terço dos portugueses, uns cinco milhões, está espalhado pelos cinco continentes, muitas vezes organizados em comunidades significativas e orgulhosas do nome, da língua e da cultura portuguesa”.
Segundo o bispo, eles são os “grandes embaixadores de Portugal, que, nada custando ao erário público, ainda o enriquecem com as suas remessas, contribuindo para construir e afirmar Portugal no mundo”.
Mas, de acordo com Dom Vitalino, não é apenas “o aspecto econômico e financeiro que nos interessa”, mas sobretudo “o contributo dos nossos emigrantes em tornar o mundo uma pátria comum, onde nunca nos sentimos estrangeiros”.
“Diz-se que Deus criou o mundo e as diferentes raças, mas os portugueses criaram os mestiços. A mestiçagem é um fenômeno que muito contribuiu para ultrapassar as divergências e lutas racistas, dando origem à afirmação da unidade do gênero humano, onde não há raças superiores e inferiores, senhores e escravos, mas semelhantes, próximos, irmãos”, afirma o prelado.
Mas –prossegue o bispo de Beja– esta “mentalidade fraterna tem dificuldade em espelhar-se em todas as dimensões do ser e da ação de todas as pessoas e sociedades, também no que diz respeito às relações econômicas e financeiras. Ainda há uns que são mais iguais que outros”.
Dom Vitalino considera que “precisamente aqui intervém a fé dos cristãos, radicada na fé bíblica, sobretudo na pessoa de Jesus de Nazaré, que fez do amor ao próximo, sem acepção de pessoas, com especial atenção aos doentes e aos pobres, sacramento, sinal do amor e do conhecimento de Deus”.
“O grande apóstolo S. Paulo, a quem a Igreja dedicou um ano, desde 29 de junho de 2008 até à mesma data do corrente ano, recordando os dois mil anos do seu nascimento, escreve várias vezes nas suas cartas de que diante de Deus não há judeu nem grego, senhor e escravo, estrangeiros e emigrantes, mas concidadãos do Reino de Deus.”
Neste dia 10 de junho, o bispo de Beja deixa este apelo aos católicos locais e “a todos os nossos emigrantes espalhados pelo mundo”, para que “não esmoreçam na construção duma sociedade mais fraterna e mais universalista, tornando-se arautos e missionários desta maneira de ser e de estar que tornaram grande o nome de Portugal”.
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