segunda-feira, 6 de abril de 2009

Aspectos comportamentais da adolescência

A rebeldia surge pela evolução do pensamento

Adolescência significa “fazer–se homem/mulher, crescer na maturidade”. Etapa de vida marcada por desequilíbrios e instabilidades extremas: de momentos de euforia, de reclusão, audácia e timidez, passividade ou urgência, mudanças rápidas de interesse por um assunto, seguidas ou ao mesmo tempo de conflitos afetivos, crises religiosas (não ter religião ou ser fervoroso em sua crença), dúvidas, contradições e revoltas intelectuais, sociais e filosóficas, ou condutas sexuais adequadas ou não à sua idade.

O exagero em intensidade ou a persistência desses fenômenos é que, ao longo do tempo, configuram um comportamento normal ou não.

É notório que os traços físicos são mais marcantes e evidentes nas mulheres e até mesmo mais rápidos do que nos homens. As diferenças de reação para cada uma dessas situações na adolescência é praticamente única para cada jovem, inclusive entre irmãs na mesma família.

Imagine um corpo de mulher que muitas vezes não é maduro o suficiente do ponto de vista psicológico; assim, acontece com muitas jovens. Socialmente, exigem-se posturas de mulher, padrões de beleza, de sexualidade precoce.

Vivendo essa crise de identidade, a jovem pouco preparada ou acolhida em suas relações sociais é facilmente induzida a comportamentos e escolhas erradas quando falamos em namoro, atitudes agressivas ou rebeldes.

A rebeldia surge pela evolução do pensamento: ser crítica, analisar, saber os porquês, sair à frente, faz com que a jovem questione a autoridade presente (pais, professores, o grupo ao qual pertence). Um 'não' como resposta já não é suficiente. Por outro lado, a timidez ou a baixa estima de si leva-a a buscar soluções extremas: aderir a grupos radicais, usar drogas, adotar atitudes agressivas, ter posturas induzidas (pela TV, pelo grupinho, pelo modismo) para que “seja aceita” socialmente. A urgência das jovens, muitas vezes, levam-nas a querer viver tudo rápida e intensivamente, sem espaço para a espera ou julgamento.

Namorar ou “ficar” pode vir simplesmente pela carência encontrada na família. Muitas ações são feitas muito mais pela imitação do que pela adaptação e pela avaliação crítica e consequente das ações que ela toma: um namoro mal escolhido, uma relação sexual precoce, uma revolta contra os pais, dentre outras. O afeto familiar é importante para que adolescentes sejam mais adaptáveis e menos agressivas, assim como os grupos dos quais participam na sociedade. A religiosidade é importante tanto como grupo quanto como direção das condutas de uma jovem. A evolução da infância para a vida adulta é importante e deve ser vista com respeito: reconhecer, acolher e apoiar seus medos, ajudá-la no discernimento, fazer com que pense no coletivo e não apenas de forma egoísta e individual.

Com esse apoio a jovem terá mais segurança para tomadas de decisão, obterá melhores resultados nas suas investidas, sofrerá menos frustrações e passará pela transição à vida adulta com muito mais equilíbrio comportamental.

É o ensinamento que pais, educadores e todos aqueles que convivem com jovens podem dar: o uso da liberdade vinculado à responsabilidade.

Elaine Ribeiro - Psicológa
elaineribeiro@hotmail.com
06/04/2009 - 08h00

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