Bernardo Moura - Extra
Devotos acompanham a imagem de Iemanjá na orla - Foto: Fábio Guimarães / Extra
RIO - Escoltada por sete batedores da Polícia Militar e acomodada sobre um andor puxado por carro do Corpo de Bombeiros, Iemanjá percorreu ontem os dez quilômetros que separam o Templo Umbandista Vovó Maria Conga do Congo, no Estácio, e o Posto 3, em Copacabana. A 4 procissão da Barca de Iemanjá reuniu cerca de mil devotos nas areias da praia mais famosa do Brasil ( clique para ver as fotos da procissão ).
A pedido do governador Sérgio Cabral, o comandante das unidades operacionais especiais da PM, coronel Álvaro Rodrigues Garcia, teve que voltar atrás e colocou soldados motorizados a disposição da rainha do mar. No início do mês, a manifestação religiosa correu risco de não acontecer. Garcia, que é adepto do espiritismo kardecista, negou a liberação dos batedores. Ele alegou agenda cheia com as visitas oficiais do presidente Lula ao Rio.
A frente da Congregação Espírita e Umbandista do Brasil (Ceub), Jorge Mattoso atribuiu o incidente a um grande mal-entendido.
- Ele (Garcia) entendeu que faríamos o evento em 29 de novembro e não em dezembro, como programamos. Tudo já foi esclarecido - disse ele, um dos organizadores da celebração.
" Sofremos preconceito da PM, dos Bombeiros e até da Rioluz, que não disponibilizou energia para o nosso evento "
A mesma interpretação teve o ex-comandante geral da PM, coronel Ubiratan Ângelo. Homenageado ontem pelos sacerdotes, ele disse que a burocracia estatal causou um ruído de comunicação:
- A PM sempre gostou desses eventos. A corporação é bastante pluralista.
Já uma das articuladoras da vinda de Iemanjá à Copacabana, a mãe-de-santo Fátima Damas, de 66 anos, diz que o movimento ainda sofre com a "intolerância velada".
- Sofremos preconceito da PM, dos Bombeiros e até da Rioluz, que não disponibilizou energia para o nosso evento - criticou.
Devotos querem paz e saúde Devotos fazem pedidos a Iemanjá - Foto: Fábio Guimarães / Extra
Alheia às polêmicas institucionais, a estudante Vanessa dos Santos, de 20 anos, fez ontem sua primeira oferenda a Iemanjá. Ao ser perguntada sobre qual pedido foi feito ao orixá, ela sorriu e disse ter desejado prosperidade, saúde e paz para todas as pessoas do mundo. Muito bonito. Mas, e para a vida particular?
- Pedi para viver bem com meu amor - respondeu, envergonhada.
Após depositar uma série de cartõezinhos na barca que foi lançada ao mar às 22h, a aposentada Maria Cícera Andrade, de 60 anos, confessou ter pedido proteção, além da saúde, paz e união - desejos citados por todos os devotos entrevistados pelo Extra.
- Tive um problema no rosto e pedi a cura à Iemanjá. Essa celebração é ótima. No ano passado, levei um banho de descarrego que valeu muito a pena - contou.
Especializada em História da população negra pela Uerj, Aduni Benton, de 44 anos, afirma que 2009 será um ano de cobrança e conscientização entre os homens, segundo prevêem os orixás.
- Teremos muita luta pela frente - sentenciou.
Freqüentadora dos cultos de fim de ano "desde que ia nos ombros do pai", Telma Gama, de 77 anos, acredita que, apesar da intolerância, o culto às religiões afro mantém-se em alta.
Devotos acompanham a imagem de Iemanjá na orla - Foto: Fábio Guimarães / Extra
RIO - Escoltada por sete batedores da Polícia Militar e acomodada sobre um andor puxado por carro do Corpo de Bombeiros, Iemanjá percorreu ontem os dez quilômetros que separam o Templo Umbandista Vovó Maria Conga do Congo, no Estácio, e o Posto 3, em Copacabana. A 4 procissão da Barca de Iemanjá reuniu cerca de mil devotos nas areias da praia mais famosa do Brasil ( clique para ver as fotos da procissão ).
A pedido do governador Sérgio Cabral, o comandante das unidades operacionais especiais da PM, coronel Álvaro Rodrigues Garcia, teve que voltar atrás e colocou soldados motorizados a disposição da rainha do mar. No início do mês, a manifestação religiosa correu risco de não acontecer. Garcia, que é adepto do espiritismo kardecista, negou a liberação dos batedores. Ele alegou agenda cheia com as visitas oficiais do presidente Lula ao Rio.
A frente da Congregação Espírita e Umbandista do Brasil (Ceub), Jorge Mattoso atribuiu o incidente a um grande mal-entendido.
- Ele (Garcia) entendeu que faríamos o evento em 29 de novembro e não em dezembro, como programamos. Tudo já foi esclarecido - disse ele, um dos organizadores da celebração.
" Sofremos preconceito da PM, dos Bombeiros e até da Rioluz, que não disponibilizou energia para o nosso evento "
A mesma interpretação teve o ex-comandante geral da PM, coronel Ubiratan Ângelo. Homenageado ontem pelos sacerdotes, ele disse que a burocracia estatal causou um ruído de comunicação:
- A PM sempre gostou desses eventos. A corporação é bastante pluralista.
Já uma das articuladoras da vinda de Iemanjá à Copacabana, a mãe-de-santo Fátima Damas, de 66 anos, diz que o movimento ainda sofre com a "intolerância velada".
- Sofremos preconceito da PM, dos Bombeiros e até da Rioluz, que não disponibilizou energia para o nosso evento - criticou.
Devotos querem paz e saúde Devotos fazem pedidos a Iemanjá - Foto: Fábio Guimarães / Extra
Alheia às polêmicas institucionais, a estudante Vanessa dos Santos, de 20 anos, fez ontem sua primeira oferenda a Iemanjá. Ao ser perguntada sobre qual pedido foi feito ao orixá, ela sorriu e disse ter desejado prosperidade, saúde e paz para todas as pessoas do mundo. Muito bonito. Mas, e para a vida particular?
- Pedi para viver bem com meu amor - respondeu, envergonhada.
Após depositar uma série de cartõezinhos na barca que foi lançada ao mar às 22h, a aposentada Maria Cícera Andrade, de 60 anos, confessou ter pedido proteção, além da saúde, paz e união - desejos citados por todos os devotos entrevistados pelo Extra.
- Tive um problema no rosto e pedi a cura à Iemanjá. Essa celebração é ótima. No ano passado, levei um banho de descarrego que valeu muito a pena - contou.
Especializada em História da população negra pela Uerj, Aduni Benton, de 44 anos, afirma que 2009 será um ano de cobrança e conscientização entre os homens, segundo prevêem os orixás.
- Teremos muita luta pela frente - sentenciou.
Freqüentadora dos cultos de fim de ano "desde que ia nos ombros do pai", Telma Gama, de 77 anos, acredita que, apesar da intolerância, o culto às religiões afro mantém-se em alta.
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